terça-feira, 31 de julho de 2012

PORQUE O FOO FIGHTERS É A MELHOR BANDA DO MUNDO...




Todo mundo sabe a origem do Dave Grohl, mas não custa nada reforçar. Ele espancava a bateria no Nirvana até o suicídio de Kurt Cobain, em 1994. Após o trágico acontecimento ele viveu um dilema, pois tocou em alguns shows com Tom Petty, na sua banda Tom Petty & The Heartbreakers, sendo então convidado para ser um integrante fixo da banda, porém Dave recusaria o convite, explicando a Tom que possuía algumas composições próprias e gostaria de gravá-las, surgia então o Foo Fighters. Graças a Deus Dave arriscou.

Ao longo desses dezessete anos de carreira, os caras se estabilizaram no cenário do rock alternativo desde o princípio, com o primeiro disco gravado com Dave Grohl tocando todos os instrumentos, passando por ótimos discos, sempre com músicas sendo veiculadas em rádios rock e clipes bastante veiculados na Mtv. No entanto, a banda era tida como mais uma no cenário do rock dos anos 90, porém surgiu uma composição no ano de 2005, no disco ‘In Your Honor’, a canção era ‘Best Of You’, daí em diante a mídia e grande parte do público passaram a olhar de forma mais respeitosa para a banda, e foi dada mais atenção a composições antigas tão fortes quanto a mencionada, como ‘Times Like These’, ‘Everlong’, ‘My Hero’, entre outras.
Ao meu ver alguns motivos fazem do Foo Fighters a maior banda de rock da atualidade. São eles:


1- O som
As bandas hoje em dia se preocupam tanto com a estética visual da banda, videoclipes super produzidos, poses sensacionais, mas se esquecem que o principal ainda é o som, pois sem esse elemento todos os outros perdem o sentido. O Foo Fighters possui uma consistência fenomenal ao longo de sua discografia, mantendo alto nível nas composições, sempre com ótimas melodias e letras inspiradas de Grohl. A cereja no bolo foi o ótimo álbum lançado em 2011 – talvez o melhor da carreira da banda – ‘Wasting Light’, gravado inteiro na casa de Dave Grohl, em fitas de rolo, de forma totalmente orgânica, três guitarras e rock n’ roll na essência. Além disso, vale lembrar que a banda possui ótimos músicos, que não são exibicionistas ou virtuosos, mas todos plenamente competentes em seus instrumentos, Taylor Hawkins detona na bateria, Chris Shiflett, Pat Smear e Nate Mendel também são ótimos músicos e Dave canta muito, além de ser um músico completo.


2- O momento da banda
A banda se encontra no auge, lançando trabalhos incríveis, fazendo shows memoráveis, tocando nos principais festivais ao redor do mundo, com um repertório de mais de duas horas, que não deixa ninguém parado ou sentindo falta de um ou outro sucesso.
Sei que ainda existem dinossauros na ativa, como Kiss, Metallica, Iron Maiden, U2 ou Aerosmith, mas esses caras estão em momentos diferentes, pois já tem seu nome consagrado eternamente na história do rock e não precisam provar mais nada a ninguém, o que resulta numa inevitável acomodação. O Foo Fighters ainda está no caminho para encontrar essas grandes bandas, com certeza um ou dois degraus abaixo, mas no momento, nesse extrato de tempo, a banda é que está produzindo melhor no mundo.


3- As Letras
Novamente mérito do front man da banda. Grohl tem um talento indiscutível na composição de canções. Desde o início da carreira ele mostra uma habilidade em pegar melodias simples e fazê-las tocar corações, tal como fazem Bob Dylan ou Paul Mccartney. Quais compositores atualmente se preocupam em dizer alguma coisa através de suas canções? São realmente poucos e isso é realmente um grande diferencial, pois letras como ‘Walk’, ‘Best of You’, ‘Times Like These’, entre outras, sempre vão te tocar de alguma forma.


4- O carisma de Grohl
O cara já tocou com todo mundo que você admira, sério, todo mundo mesmo. De Josh Homme a Paul Mccartney, de Bruce Springsteen a Led Zeppelin, de Joan Jett a Cage The Elephant. Não à toa, Grohl possui a fama de ‘o mais gente boa do rock’, o cara tem um carisma inacreditável que transcende o palco, contagiando a todos ao seu redor. Não, ele não é santo, como o documentário ‘Back and Forth’ mostra, mas ele é sim um cara muito bacana e o melhor de tudo dessas parcerias, surgiram Them Crooked Vultures, Probot, entre outros projetos.


5- O Feeling
Não vivi os anos sessenta, setenta, muito menos os oitenta, mas sempre que leio ou vejo comentários sobre essas épocas, todos dizem que na música rolava uma certa vibração, fosse através do vinil, da arte da capa, rolava um imenso frisson ao comprar um disco e a cada vez que você se dispunha a escutá-lo. Muito disso se perdeu no decorrer dos anos, com o advento da Internet, com a imbecilização da população ou pela falta de interesse geral. No meu entender o Foo Fighters resgata um pouco dessa sensação, do som da banda ser quase algo palpável, que você sente arrepios e tudo mais. É difícil de explicar em linhas, mas quando você sente, você sabe o que é.


Enfim, o Foo Fighters é um das bandas do meu coração e de muitos da minha geração, mas não sou um fã alienado, procuro analisar com coerência a carreira da banda e, no meu entender, não existe nenhuma banda no mundo superior a essa no momento.

Eles possuem aquele pacote que alimenta os fãs de boa música, nome forte, canções marcantes, grandes letras, performance de palco matadora e são honestos no que fazem, isso tudo faz deles únicos na atualidade.

Que eles sigam a caminho de se tornarem gigantes e mantenham acesa essa chama que move todos aqueles que são apaixonados por música de qualidade.





David Oaski






sábado, 28 de julho de 2012

MONEYBALL - O HOMEM QUE MUDOU O JOGO




Nota: 8,0

Moneyball é um filme americano, dirigido por Bennett Miler, baseado no livro de Michael Lewis e estrelado por Brad Pitt e Jonah Hill, lançado em 2011. O enredo gira em torno da história real de Billy Beane, então manager do time de beisebol Oakland Athletics, que tenta montar um time competitivo com baixo orçamento para a temporada de 2002.

O filme inicia com Billy (Pitt), fazendo seguidas reuniões com uma espécie de conselho técnico tentando resolver como substituiriam os principais jogadores da equipe que estava de saída para equipes de maio porte. Tais reuniões são muito superficiais, sendo que os conselheiros são todos velhos, muitos deles conservadores e com conceitos ultrapassados, deixando Billy totalmente frustrado.

Durante uma visita a um outro clube em busca de negociação de jogadores, Billy conhece Peter Brand (Jonah Hill), um jovem recém formado em economia em Yale, que possuía uma forma de analisar beisebol totalmente nova e revolucionária através de cálculos e estatísticas. Billy vê algo em relação ao garoto que lhe chama atenção, apesar de ficar com o pé atrás, resolve contratar Peter.

Daí em diante, Billy resolve seguir as dicas de Peter para substituir os atletas que saíram e apresenta as sugestões de seu pupilo na reunião seguinte, causando espanto nos velhos tradicionalistas, pois os jogadores selecionados eram aqueles que outros times e a liga de um modo geral desprezavam, fosse devido à lesões, problemas disciplinares, idade, etc. Apesar das ressalvas e até discordância da maioria dos conselheiros, Billy banca sua decisão e decide iniciar a temporada confiando piamente no modelo de trabalho do jovem Peter, o que causa imensa desconfiança por parte dos outros membros da administração do clube, já que o mesmo nunca havia jogado, além dos velhos não confiarem na tecnologia.

A temporada inicia de fato e o que todos previam de fato acontece, o time é um desastre, perde vários jogos de forma humilhante, sem qualquer poder de reação e como era de se esperar, os questionamentos em cima do trabalho de Billy e Peter passam a ser enormes. Apesar da pressão, Billy não parece nem um pouco inclinado a modificar a forma de trabalho, pois ao seu ver o risco era válido, já que o time possuía baixo orçamento e essa era uma forma de tentar algo novo, que poderia ou não dar certo.

Surge outro problema, o técnico da equipe, Art Howe (Philip Seymour Hoffman), não concorda em escalar o time da forma que Billy gostaria, dizendo que seria impossível justificar tais alterações. A situação é muito complexa, pois Billy tem uma forma de trabalho, na qual não se envolve com os jogadores, para poder ficar neutro em qualquer tipo de situação, além do que o treinador possui total autonomia para escalar o time que melhor entender.

No entanto já saturado com o fraco desempenho da equipe, Billy vai ao vestiário e vê a equipe em clima de festa, com jogadores dançando, som alto e tudo mais. Ele surta, bate nos armários e quando os jogadores entram em silêncio, ele diz: “Esse é o som da derrota”. Logo após ele resolve negociar alguns dos principais jogadores da equipe, tendo os identificado como as laranjas podres do elenco, além de forçar o técnico a escalar o time da maneira que ele considerava a melhor.

É curioso verificar no decorrer do filme a vida pessoal de Billy e a forma como ele encara toda a pressão por parte de seus companheiros de administração do time e da imprensa. A abordagem é bem humana, sendo que ele sofre junto com o time e sequer consegue acompanhar qualquer partida ao vivo. Ele tem uma filhinha, resultada de um casamento já encerrado, sendo que a mesma se mostra diversas vezes preocupada com o emprego do pai, fato que o deixa ainda mais angustiado. Vale lembrar que entre as cenas, ocorrem alguns flash backs que mostram a carreira frustrada de Beane como jogador de beisebol, fato que ele parece não ter superado até os dias atuais.

Após essas mudanças, Billy resolve se envolver mais intimamente com o time, mudando um pouco sua forma de trabalho, trazendo os jogadores para perto de si, apresentando as estatísticas de Peter para cada jogador individualmente, mostrando ao mesmo seus pontos fortes e o que ele poderia fazer para melhorar cada fundamento.

Daí como num passe de mágica, o time começa a jogar bem e engata a maior sequência de vitórias em todos os tempos, com 20 vitórias seguidas, sendo a última emocionante, com Billy atendendo a um pedido de sua filha e indo assistir ao jogo, em que os Athletics apesar de estarem ganhando com boa vantagem, cedem o empate devido a grande pressão, mas conseguem ganhar no final, quebrando um recorde na liga.

Apesar da marca histórica, o time não conquista a liga, o que deixa Billy tremendamente desapontado, porém seu trabalho é reconhecido e ele recebe uma proposta para treinar o Red Sox, com direito ao dirigente lhe dizer que aqueles que não seguirem o método do Oakland Athletics nos próximos anos estarão perdidos. Entretanto, Billy não se mostra contente com a campanha e Peter lhe mostra um vídeo em um rebatedor faz um home run, mas não nota e sai correndo pelas bases, até que seus companheiros o alertam do tento que ele realizou. É uma analogia para que Beane perceba o tamanho de sua conquista, genial por sinal.

Beane resolve recusar a proposta milionária dos Red Sox, que ganhariam a liga alguns anos depois seguindo a metodologia de Peter e Billy, sendo que Billy ainda segue em busca de um título. Ele justifica a escolha dizendo que a única escolha que ele havia feito por dinheiro, era a que ele se arrependia monstruosamente, que era justamente ter escolhido ser jogador de beisebol ao invés de estudar.

O filme é muito bom e conta com grandes atuações, rendendo várias indicações ao Oscar, mas o principal é que é uma ótima história, que apresenta um cara imponente, Billy, que se impõe através de sua personalidade no trabalho, mas é humano e possui problemas como todos nós, ou seja, é um herói da vida real. Grande filme. Altamente recomendado.




David Oaski


sexta-feira, 27 de julho de 2012

DIA DO ESCRITOR




Dia 25 de julho comemora-se o dia do escritor, mais uma dessas datas que só são lembradas em programas de rádio matinais e redes sociais. No entanto fiquei com vontade de escrever, talvez impulsionado pela data, não que eu seja um escritor, mas se escrever é somente o ato de inserir palavras entre o início de um parágrafo e o ponto final, então sou um escritor, medíocre, mas sou.

De todas as artes sempre a que mais me encantou foi a escrita, não a escrita por si só, mas a arte por detrás dela, a possibilidade de desenvolver histórias, linhas de raciocínio, opiniões, reportagens, enfim, sempre gostei dessa forma de expressão. Acho impressionante como autores talentosos conseguem desenvolver histórias brilhantes, nos ludibriar, nos encantar através de seus textos, que viram livros ou roteiros.

Existem alguns tipos de escrita, aquela breve e simplória, usada para escrever cartas, e-mails, alguns blogs (como esse) ou para reportagens de fofoca (sic). Existe também a prosa, que se caracteriza por textos mais objetivos, sem tantas normas, num ritmo acelerado e quase sempre mais divertido. E, há também, a escrita mais tradicional, com formalidades, riqueza na descrição de detalhes e bastante encheção de linguiça.

Infelizmente o hábito da leitura no Brasil vem caindo em desuso, se tornando sinônimo de caretice, ao ponto de pessoas dizerem nunca ter visto nada que as interessasse para ler. É de dar pena uma pessoa em sã consciência dizer uma coisa dessas. Se soubessem ao menos a infinidade que é o universo literário saberiam que sua vida que não é interessante e não os livros.

Nesta data, vale lembrar que qualquer indivíduo alfabetizado pode escrever, agora escrever bem é uma arte, por isso minha lembrança a Hunter S. Thompson, Jack Kerouac, Isaac Asimov, Ray Bradbury, entre tantos outros autores, roteiristas e letristas nacionais e internacionais, parabéns por fazer a vida se misturar com a fantasia, tornando tudo mais divertido.




David Oaski



quarta-feira, 25 de julho de 2012

HIPOCRISIA OLÍMPICA


De quatro em quatro anos, o show começa. O evento é grandioso, a abertura costuma ser belíssima, une esportistas do mundo inteiro em torno desse tradicional acontecimento que já dura mais de um século. Tudo isso é lindo e admirável e os atletas devem sonhar em estar lá, marcarem seu nome na história e conquistar a tão cobiçada e sonhada medalha olímpica. O que incomoda é a forma como público, imprensa e ‘autoridades’ encaram o evento.

Nós, público, de um modo geral, não nos interessamos por nenhuma modalidade além do futebol durante os quatro anos de intervalo entre as olimpíadas. Pare e pense, quantos dos seus conhecidos realmente assistem uma partida de basquete, um campeonato de vôlei ou um torneio de natação.

Além disso, a imprensa faz uma cobertura monumental, com direito à transmissões ao vivo, quadro de medalhas, comentaristas especializados em cada esporte e grande parte da equipe locada no local do evento, no caso Londres, nesse ano. Porém quais os eventos esportivos além do futebol masculino que as TVs transmitem e incentivam pra valer, talvez um ou outro torneio de vôlei ou basquete, no máximo. A hipocrisia é imensa, não há qualquer tipo de incentivo a esporte algum e durante as olímpiadas o oba oba é enorme e todos se transformam em apreciadores e conhecedores de modalidades que se quer ouviram falar. 90% da imprensa esportiva se resume ao futebol, exceto na época da olímpiada, ou seja, qual o interesse de um patrocinador em determinada modalidade se sua marca vai ter uma exposição restrita a um nicho de fãs daquele esporte? Muito pouco ou nenhum.

O principal ponto nessa discussão, no entanto, são as ditas autoridades do nosso país, que sempre pregam em suas campanhas eleitorais a fomentação ao esporte, mas não vemos isso acontecendo de fato. O Brasil sediará as próximas Olimpíadas em 2016, no Rio de Janeiro e certamente serão gastos milhões, bilhões em verbas para construção de ginásios poliesportivos, estádios, arenas, etc., porém cabe uma ressalva, será que esses espaços serão utilizados após os jogos da melhor forma possível, ou se tornarão elefantes brancos, não justificando nosso dinheiro investido dessa forma. Oremos pra que seja a primeira opção.

Os grandes heróis dessa história toda são realmente os atletas, esses sim, se dedicam integralmente ao esporte, de corpo e alma, muitas vezes de forma semi-amadora, com pouco ou nenhum apoio, seja de empresas privadas ou do governo, apenas para ter a honra e o prazer de representar nosso país numa competição desse porte. Estes sim merecem todo o respeito, pois independente do esporte que praticam, acreditam no seu sonho e lutam por ele diariamente, com raça e determinação. Os atletas que estão em Londres representando nosso país merecem nosso respeito e consideração, já nossos governantes poderiam se prestar a apoiá-los além das olímpiadas, para quem sabe um dia, termos um país realmente digno de sediar um evento deste porte.




David Oaski

segunda-feira, 23 de julho de 2012

OS 25 ANOS DE APPETITE FOR DESTRUCTION!




Nota: 10


No sábado, 21/07/2012, completaram-se 25 anos do lançamento de um dos maiores discos de todos os tempos, Appetite For Destruction, do Guns N’ Roses. Lançado em 1987, o disco é um clássico definitivo do rock.

Há alguns poucos álbuns na história do rock que conseguem manter o nível altíssimo em todas as faixas, com uniformidade, coisa pouco vista nos discos lançados de uns tempos pra cá, parece que os artistas se esquecem que o disco é um todo e deve ser criado dessa forma, não por canções soltas, mas um conceito geral, uma estética, uma uniformidade mesmo.
Appetite For Destruction está facilmente no mesmo pote de clássicos másters do rock, como ‘Led Zeppelin IV’, do Led Zeppelin, ‘Abbey Road’, dos Beatles, ‘Back in Black’, do AC/DC, ‘Nevermind’, do Nirvana, entre outros.

À época do lançamento do disco (anos 80), a onda do momento era a música pop, com batidas eletrônicas e uso abusivo de sintetizadores, com raras exceções (The Cure, The Cult e Smiths, por exemplo), além dos ainda não tão grandes Metallica e U2. Havia também a recém onda do hard rock ‘farofa’ vindo com muita força, encabeçado por nomes como Motley Crue, Poison, Skid Row, entre outros. O Guns vinha com alguns elementos desse movimento, porém com canções com muito mais força do que seus concorrentes; a guitarra já muito apurada de Slash, o vocal agudo, porém único de Axl Rose e, principalmente, uma banda coesa, azeitada e com a química totalmente em dia.

O disco abre com o clássico ‘Welcome to the Jungle’, um clássico. A sensacional guitarra já anuncia o que está por vir. Axl canta, com as guitarras de Slash e Izzy entrelaçadas, depois solando, com direito a um refrão forte e gritos de “You know where you are? You’re in the jungle baby, you’re gonna die...”. Foda!

Na sequência vem ‘It’s so Easy’, o primeiro single do album. A faixa é bem agressiva e Axl canta com uma entonação diferente, menos aguda. Trata-se de um hard rock rápido e muito rock n’ roll, tanto na letra quanto na música, sendo que a letra traz uma linguagem popular, xula em muitas vezes, outra característica marcante do disco.

Logo após surge a trinca, ‘Nightrain’, ‘Out Ta Get Me’ e ‘Mr. Browstone’, todas músicas pegadas, rápidas e com refrãos marcantes. Vale dizer que as músicas são parecidas, mas como foi dito, na estética, trazendo uma uniformidade e não soando iguais, pelo contrário. ‘Nightrain’ foi o quarto e último single do disco. E, dizem que ‘Mr. Browstone’ é um código para cocaína, droga que os integrantes usavam regularmente na época de gravação e anos seguintes.

Surge então o riff de guitarra, algumas batidas no prato e depois o bumbo da bateria de Steven Adler, é o início de outro clássico, ‘Paradise City’. A letra já se inicia com o refrão poderosíssimo até o apito que anuncia um petardo sonoro, com Axl cuspindo palavras, como se estivesse a ponto de meter a mão na cara de alguém. No final, a música acelera a ponto de se tornar algo próximo do metal ou hardcore. Foi um grande hit e ajudou a alavancar o sucesso do álbum.

Sem perder o ritmo, surgem ‘My Michelle’ e ‘Think About You’. A primeira uma declaração de amor às avessas, sobre uma vadia viciada e a segunda foi composta por Izzy Stradlin, sendo uma das poucas canções onde é este quem executa o solo de guitarra, a música possui um ritmo aceleradíssimo e diminui a rotação no final, suavizando.

Gostem ou não, bem ou mal, surge a faixa 9, ‘Sweet Child O’ Mine’, terceiro single e primeira canção da banda a atingir o nº 1 da Billboard. Um dos riffs mais marcantes da história do rock, executado por Slash, anuncia a canção, que conta com ótimos vocais de Axl, na minha opinião, no auge como cantor, já no primeiro disco. Além da introdução, o solo também é ótimo, com Slash já demonstrando todo seu talento, não como um músico genial, mas um cara com um feeling apurado, com timbre único, sendo um membro daquele seleto grupo dos guitarristas que ao ouvir o primeiro acorde você já sabe de quem se trata.

As duas próximas canções mantém a pegada acelerada do disco, ‘You’re Crazy’ e ‘Anything Goes’, são agressivas, sendo que a primeira talvez seja uma das músicas mais aceleradas da carreira do Guns. Vale o destaque para o refrão da segunda, quando Axl canta algo do tipo, do meu jeito ou do seu jeito, de qualquer jeito rola essa noite. Cadê essas letras no rock???

O álbum fecha com ‘Rocket Queen’, a rainha foguete, inicia com a bateria de Adler seguida por riffs incríveis de Slash e Axl entra esculachando. Apesar de não ter sido lançada como single, a música tem muito apelo e sempre foi apresentada nos shows da banda. Fala de uma das muitas amigas promíscuas dos integrantes da banda e contém gravações de Axl transando com uma mulher no meio da música, mulher essa que dizem ser namorada do baterista Steven Adler à época. Na minha opinião, é a melhor faixa do disco, fechando essa obra prima com chave de ouro.


Appetite For Destruction é uma obra prima do rock, um disco inspirado de uma banda que ainda lutava por espaço no mundo do rock e através de seu talento e do poder de suas canções dominou o mundo. São discos como esse que nunca vão fazer o estilo morrer, pois sempre haverá um garoto interessado numa forma de expressão como essa, agressiva, sexual e explícita, como manda o rock n’ roll. Pena que nos discos seguintes, já como estrelas, a banda – principalmente Axl – deixou os egos tomarem conta do sonho, não produzindo mais aquele som puro e agressivo de garotos que só queriam se divertir, ganhar algum dinheiro e pegar algumas garotas, aliás é só disso que caras precisam pra serem felizes.
O apetite pela destruição Guns é eterno e esse registro todos que apreciam boa música devem ter.





David Oaski








sexta-feira, 20 de julho de 2012

A VIDA É UMA VIAGEM (DE ÁCIDO)!




Caiu na estrada, como se fosse Sal e Dean em ‘On the Road’, saiu sexta após o expediente, com previsão de voltar somente domingo à noite. Pouco tempo, se formos analisar friamente, mas o suficiente para se divertir e conhecer muita coisa.


Juntou tudo rapidamente em uma mala velha, algumas mudas de roupa e o que fosse essencial e caiu na estrada. Em direção ao infinito. O destino não importa, o importante é a vibe, a companhia, isso já era suficiente. No som rolava uma playlist totalmente chapante, com direito a Sublime, Bem Harper e, claro, o mestre Bob. Pela estrada o sol brilhava entre algumas nuvens, liberando apenas alguns raios do seu brilho, aquele típico raio de sol que te alveja e te faz relaxar instantaneamente. O vento vinha contra a direção do carro, mas era suave, trazendo uma brisa confortável, que relaxava a todos. Tudo se movia rapidamente como numa canção de rock, mas o universo conspirava a seu favor, era possível sentir isso.


Outros carros cruzavam a paisagem, cada um formando uma casca, para histórias, desejos, angústias e alegrias de seus donos. Mas nada disso realmente importava, só o que importava era a sua casca, e o lugar em que ocupava no espaço naquele momento. Sabe aquelas horas em que você se encontra exatamente onde queria estar, exatamente naquele momento, exatamente com as pessoas que gostaria de estar, então é nessa hora que mais nos aproximamos de Deus nesse plano.


Nessa altura já é impossível se lembrar dos problemas do dia a dia, de todos os anseios que o sistema impõe e te impede de viver uma vida plena. Não há bens materiais, nem contas com as quais se preocupar. Nessa altura, você está ali, livre, vivendo, sendo humano, na forma mais bonita da essência desse controverso ser.O tempo passa rápido nessas horas, tanto que não se dimensiona o valor desses momentos. Não por falta de apreço, mas porque está contente demais para ficar confabulando sobre a existência. Deixa isso pra depois. Deixa tudo pra depois. O destino não importa agora, o que importa é a viagem.

 
David Oaski

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O REAL PODER DO VOTO



A rotina é a mesma, se você tem mais de 18 anos, de dois em dois anos, você é obrigado a votar. Vai a escola no domingo, pega uma fila básica e escolhe seus candidatos, numa eleição prefeito e vereadores e na outra, presidente, deputados, senadores e governadores.

Cresci ouvindo falar e concordando que a única forma de mudarmos o país era através do voto, que era nossa arma mais forte, que só assim teríamos condições de sermos realmente o país da realidade e não o eterno país do futuro. Concordo que o voto é importante, um ato de cidadania, mas será que hoje em dia, com as eleições do formato que são, com os candidatos disponíveis e da forma como a população enxerga esse processo como um todo, tem tamanho poder?

Primeiramente, o voto é obrigatório, ao contrário de diversos países em que o voto é opcional, ou seja, vota quem quer. Se o indivíduo está realmente interessado em contribuir com seu voto, em participar ativamente da sociedade com sua escolha e realmente acredita nisso, ele vota. Senão, fica em casa ou vai fazer outros programas, simples assim. Dessa forma, só votariam quem realmente está comprometido e interessado em participar deste importante processo, ao invés de muitos que vão sem nem saber em quem estão votando ou o porquê do voto que está sendo dado. O voto opcional traria, a meu ver, mais consistência nos eleitos, pois com eleitores realmente interessados possivelmente melhoraríamos a qualidade dos nossos eleitos.

Além disso, como já disse anteriormente, os políticos do nosso país emergem de uma sociedade corrupta por natureza, em que o jeitinho brasileiro é exaltado e nossa malandragem tida como uma coisa ótima. Enraizado dessa forma, nosso sistema gera políticos corruptos de forma quase que automática, ao ponto de nos questionarmos, se no lugar deles, não faríamos o mesmo. Vale lembrar que os partidos políticos, coligações e afins possuem diversos esquemas, artimanhas e situações em que para um cara chegar ao estágio de candidato já se corrompeu em diversos âmbitos, sendo que, olhando dessa forma, na verdade não temos opção nenhuma na hora do voto. Claro, há (espero que haja) exceções.

Por outro lado, a população não dá a devida importância ao processo eleitoral, de modo que é fácil vermos votos comprados ou sem qualquer informação sobre candidatos, além de votos decididos em cima da hora, no caminho para a votação. Creio que para votar no melhor candidato para o nosso município, estado e país, devemos pesquisar, analisar projetos e até mesmo conhecer a história de vida do candidato. Agora sejamos sensatos, qual a porcentagem da população brasileira que faz isso?

Ressalto que não estou aqui fazendo um discurso pessimista ou desesperançoso, realista talvez. O fato é que muitas vezes, esse argumento do voto ser uma arma poderosíssima, por vezes transferindo a culpa dos problemas para os próprios cidadãos, nem sempre é válido, pois de certa forma, estamos algemados num sistema, em que não se sabe ao certo em quem acreditar.


Enfim, VOTE CONSCIENTE!!! Se é que isso é possível.




David Oaski

segunda-feira, 16 de julho de 2012

INTERNET: FÚTIL OU ÚTIL?





Quem diria a vinte anos que a Internet tomaria a proporção que tomou? Somente os mais visionários. Na geração dos meus pais, o mundo sequer imaginava que pudesse haver um dia algo do tipo. Algo que conectasse as pessoas tão facilmente, independente das distâncias, que houvesse um mecanismo de buscas tão completo quanto o Google ou que os jornais perdessem espaço considerável para os portais de notícia.

A Internet é realmente o grande advento dos últimos anos e se tornou uma realidade a todas as gerações que estão por vir, pois já faz parte da vida de praticamente todos os seres humanos com um mínimo de condições financeiras e acesso cultural. Passou a ser um hábito diário conectar a Internet, tanto na vida profissional, quanto na pessoal, já que você precisa verificar os e-mails, fazer uma pesquisa de clientes, fazer um trabalho para faculdade, ou atualizar suas redes sociais e deixar recados para os amigos.

Porém com toda essa liberdade e facilidades que a Internet proporciona surge uma questão, você está desfrutando de tudo que pode e da melhor maneira possível da rede? Essa questão vem à tona, pois a geração de adolescentes que está em curso, e minha geração, o pessoal de vinte e poucos anos, parece ser a mais desinteressada em qualquer coisa em todos os tempos. Não temos preocupação com política, problemas sociais, nem sequer interesse cultural, vide a onda do tchu, tcha, que invade as rádios e casas de shows.

Tenho a impressão de que as pessoas entram na Internet, olham seus e-mails, e passam horas na frente do mural do Facebook. Muitas vezes fazendo nada, apenas hipnotizados pelo azul do site de Mark Zuckerberg.

Bom, quem sou eu pra julgar o que cada um tem de ver na Internet. Cada um é absolutamente livre pra fazer o que bem entender com o tempo em que se mantém conectado a rede. Porém me parece um baita desperdício de tempo, ficar horas e horas vendo só futilidades, tamanha a disponibilidade de informações relevantes que se tem acesso livre o tempo todo. São inúmeros blogs, portais de notícia e até mesmo o Wikipedia, de onde você pode tirar informações relevantes para seus conhecimentos gerais e bagagem cultural.

Não estou aqui pregando que todos sejam intelectuais e formadores de opinião, mas também não precisam ser tão estúpidos. É plenamente possível, ler uma notícia entre uma atualizada e outra no Facebook e totalmente saudável realizar uma pesquisa sobre determinado assunto ao invés de ficar fofocando no MSN. Enfim, há espaço pra tudo.

A Internet, assim como as pessoas, está cheia de utilidades e futilidades, todos temos interesse e curiosidade pelos dois, mas faça o possível para a parcela do útil ser maior que a do fútil, pois senão suas conversas e, consequentemente, sua personalidade ficará muito rasa, afinal tudo que você consome ajuda a construir suas opiniões, sua forma de pensar e a forma como se vê o mundo.




David Oaski





sexta-feira, 13 de julho de 2012

FELIZ DIA DO ROCK!!!



Desde sempre o rock me bateu na veia. Sabe aquele instinto que você não sabe explicar direito, você simplesmente sente, é assim que me sinto. Seria muito mais fácil ouvir o que todo mundo ouve, curtir o que toca nas rádios, mas não rola, infelizmente ou felizmente, não rola.

Quando criança, ainda tentei me enveredar por outros caminhos da música mais comercial, até por falta de discernimento, mas não durou muito. Desde cedo o que me batia era o som da guitarra, a música mais rápida, aquela bateria pegada, a energia que o rock emite mesmo. Isso sempre me contagiou.

Comecei a ouvir rock através das bandas nacionais que faziam sucesso no final dos anos 90, como Raimundos, Charlie Brown Jr, Tihuana, Los Hermanos e O Rappa. Não me envergonho nem um pouco disso, pois até hoje ouço e admiro essas bandas, que foram muito importantes na minha inserção no rock. Já na adolescência, passei a ter interesse pelo rock internacional, ouvindo muito Nirvana e Guns n’ Roses, sendo viciado no pop punk durante uma época, ouvindo até furar Blink 182 e Offspring. Daí a coisa degringolou, passei a me interessar por tudo que envolvia esse mundo, através de revistas, programas de tv e tudo que rodeasse o universo rock n’ roll. Alguns anos mais tarde, com a popularização da Internet, aí esse mundo ficou infinito pra mim, pois podia pesquisar e baixar tudo que quisesse em questão de poucos minutos.

Mesmo com o passar dos anos, consegui manter esse ecletismo dentro do rock, pois hoje eu ouço com a mesma frequência e o mesmo prazer, rock nacional, rock clássico, hardcore, metal, blues rock e o que mais pintar. Além disso, não ouço exclusivamente rock, curto alguns sons de hip hop, reggae e MPB, mas o que me bate mesmo e serve constantemente como desafogo é o rock.

O que mais me atraiu no rock, sempre foi que a música parecia querer dizer algo mais, não só através das letras, mas também do ritmo, da postura e da estética de um modo geral. Os caras tocavam e cantavam de coração e normalmente eram pessoas mais esclarecidas, isso sempre chamou minha atenção.

O Rock pra mim é um companheiro, que caminha lado a lado na minha vida, segue cada minúsculo passo que dou, seja nos momentos de prazer, seja nos momentos difíceis. Não só através da música em si, mas com a ideologia, da diversão, da busca pelo conhecimento, da postura contestadora e principalmente de acreditar nos seus sonhos e ideais, independentemente do que a sociedade porca pense a respeito.

Não deixemos de cultivar essa chama em nossos corações, por mais desânimo que sintamos em alguns momentos, sejamos fortes e tentemos reerguer esse gigante que nunca vai nos deixar.


KEEP ROCKING MOTHERFUCKERS!!!



David Oaski

quinta-feira, 12 de julho de 2012

BOOGIE NIGHTS





Nota: 8,0

Boggie Nights – Prazer Sem Limites é um filme norte americano lançado em 1997 e dirigido pelo já cultuado diretor Paul Thomas Anderson (Magnólia e Sangue Negro).

O filme traz como protagonista um lavador de pratos, chamado Eddie Adams (Mark Whalberg), que tem uma mãe problemática e embarca com tudo numa oportunidade de entrar para o mercado de filmes pornográficos, sabe-se que ele é bem dotado.

Eddie passa a responder pela alcunha de Dirk Diggler e vira o maior astro da ramo dos filmes adultos, sendo que todos se impressionam com o tamanho de seu membro. Logo de cara, Dirk se mostra muito a vontade diante das câmeras e com suas parceiras e acumula todos os prêmios do ramo.

Entre as gravações dos filmes, a vida é regada a festas e todos os excessos da época (o filme se passa no final da década de 70, começo dos anos 80), com direito a muita cocaína, sexo a vontade, brigas e até um suicídio durante um réveillon.

Após a ascensão meteórica vem a queda, durante as gravações na casa de seu diretor Jack Holmer (Burt Reynolds), que o havia descoberto, Dirk, cheirando cada vez mais e enciumado com um novo ator contratado pela produtora, surta, discute com todos e é demitido. Desempregado, porém confiante, Dirk resolve investir numa carreira musical, porém totalmente sem vocação para o ramo a frustração é inevitável. Dessa forma, sem rumo, o protagonista resolve fazer programas para descolar dinheiro, mas toma uma surra memorável de um grupo de homofóbicos que lhe pregaram uma peça.

Acompanhado de dois amigos, Dirk resolve se envolver num negócio arriscado com dois amigos. Uma venda de cocaína a um traficante, porém com uma quantidade considerável de bicarbonato misturado à droga. Na casa do criminoso, seu amigo resolve roubar a casa há um tiroteio, onde só ele e um amigo saem com vida. Toda essa loucura o faz repensar a vida e Dirk acaba voltando a procurar seu diretor, voltando ao ramo que o consagrou.

Paralelamente a Dirk são apresentados alguns personagens, como Maggie (Julianne Moore), uma das atrizes da produtora, só que mais experiente e é uma espécie de figura materna para todos. No entanto, ela possui um sério problema com drogas, o que a fez perder a guarda do seu filho; Buck Swope (Don Cheadle) também é um ator, mas possui um sonho de investir em aparelhos de som modernos, inclusive, em uma das cenas sofre com preconceito num banco, em que não é liberado crédito para investir no seu negócio pelo fato de ele ser do ramo pornográfico; Reed (John C. Reilly), fiel escudeiro de Dirk, mesmo quando este sai da produtora; Scotty, um homossexual que tem claro interesse por Dirk, mas não é correspondido; entre outros.

O filme é muito bom e passa muito rápido, pois os diálogos são envolventes e trama te prende do início ao fim. A história pode parecer surreal e realmente é. O filme além da história reflete também uma época e um ramo de atividade dos Estados Unidos, sendo a época o final dos anos 70 e o ramo da indústria pornográfica em baixa no começo dos anos 80. Tudo isso regado a muita nudez, uso de droga e pouco pudor para contar a história. Filme excelente e muito rock n’ roll, com um ótimo elenco, ótima direção e o principal, ótima história.

Recomendado!!!




David Oaski

terça-feira, 10 de julho de 2012

OFFSPRING - DAYS GO BY





Nota: 7,5

Quem foi criança / adolescente nos anos 90, ouviu até furar os discos “Americana” (1998) e “Conspiracy of One” (2000), do Offspring. Além dos discos citados, a banda ainda acumula outros clássicos na carreira, como “Smash” (1994) – o disco independente mais vendido de todos os tempos – e “Ignition” (1992).

A banda retorna em 2012, com “Days Go By”, quatro anos após lançar seu antecessor “Rise and Fall, Rage and Grace”, de 2008, mais madura, com uma pegada mais adulta, sem esquecer suas origens e som que os consagrou, formando um disco consistente e cheio de energia, características constantes nos 28 anos de banda.

Segue faixa a faixa:

“Future Is Now”
Faixa de abertura no estilo clássico do Offspring, música rápida, com uma pegada hardcore, com direito a refrão marcante, aquelas variações de ritmo no meio da música e uma letra que prega pelo imediatismo, já que o futuro é agora.

“Secrets From The Underground”
Mais uma faixa no estilo que a banda sabe fazer muito bem e influenciou diversas bandas, poderia facilmente ser um lado B de “Conspiracy Of One”. Essa canção é um pouco mais agressiva que a anterior com um bom solo.

“Days Go By”
Música que dá nome ao disco e é o primeiro single, possui uma pegada um pouco mais hard rock, com um andamento no violão, possui uma letra otimista sobre os dias ruins e situações difíceis que se vão de qualquer forma. Além disso, a canção parece ter potencial de hit radiofônico, pela letra e pela cadência mais acessíveis ao grande público. Um dos pontos altos do disco.

“Turning Into You”
Mais um pop punk. Música rápida e com ótimo refrão, bem marcante. Ao que parece a letra fala sobre um relacionamento sufocante em que se está se fazendo o possível pra agradar a outra pessoa, porém se tornando a outra pessoa. Novamente, rolam os clássicos vocais do Dexter mais moderados no meio da canção, explodindo nos refrãos.

“Hurting As One”
Essa tem uma pegada bem punk, lembrando os tempos dos lados B de “Americana”. A banda parece cada vez mais coesa, com a presença do vocalista Dexter Holland, o guitarrista Nodles, o baixista Greg K e o baterista, caçula na banda, Pete Parada, possuem a química que dificilmente produzem músicas ruins.

“Cruising California (Bumpin’ In My Trunk)
Agora vem a novidade pra valer. Essa faixa poderia facilmente tocar na Jovem Pan, na voz da Ktay Perry (?!) e quer saber, o som é legal. Totalmente diferente do que os caras já fizeram em todos esses anos de carreira, com uma pegada meio eletrônica, vocais femininos e tudo mais. Apesar de soar bizarro, a música tem uma vibe legal, de pista de dança mesmo. É pop sim, e daí? Se você tem preconceito musical, pule essa faixa na hora do play, mas se você curte bandas que ousam, dá uma conferida antes de tirar a conclusão.

“All I Have Left Is You”
Uma balada. Os vocais de Dexter começam num tom que confesso que ouvindo de forma aleatória no MP3 Player não reconheci. Um tom bem mais suave que o de costume, com a guitarra costurando a melodia de forma bem doce, com um belo refrão. Letra romântica, como pede uma balada. Ótima música pra contrabalancear o peso da maioria das faixas.

“Oc Guns”
Aqui, na minha opinião, o ponto alto do CD, uma faixa também totalmente diferente de tudo que a banda fez, com forte influência latina e trecho da letra em espanhol, me lembrou muito o Sublime, daí eu ter gostado tanto da faixa. Possui bateria eletrônica e instrumentos de sopro dando um tom muito praiano a canção, talvez reflexo do clima havaiano e californiano (local de composição e gravação do disco).

“Dirty Magic”
Gravada originalmente no disco “Ignition”, de 1992, e relançada talvez em comemoração aos vinte anos de lançamento do disco. A versão tem pouca ou nenhuma diferença para a original, somente a modernidade do processo de gravação pode ser notada, óbvio, devido a diferença tecnológica das épocas. É uma ótima canção, com uma pegada dos anos oitenta, com forte inspiração das bandas da época, como Social Distortion e TSOL.

“I Wanna Secret Family (With You)”
Música muito legal com uma pegada pop rock, vocal inspirado do Dexter e uma levada que dá vontade de pegar o skate e andar por horas na orla da praia. A letra trata do interesse do cara por uma garota, aparentemente casada. Outro ponto alto do disco.

“Dividing By Zero”
Música rápida, mais uma com pegada hardcore, seguindo a fórmula clássica, com refrão, solo, backing vocals e tudo mais. Música empolgante.

“Slim Pickens Does the Right Thing and Rides the Bomb to Hell”
Excelente faixa final, muito bem escolhida, pois deixa aquela sensação de quero mais. A música possui um pouco de tudo das faixas anteriores, vocais agressivos, alternado com a música acelerada, bom andamento na guitarra e um refrão marcante. O álbum, literalmente, encerra com chave de ouro.


Esse não é o melhor disco do Offspring, porém está longe de ser o pior, só o tempo mostrará o real lugar do álbum na carreira da banda, mas traz a impressão de que os caras ainda têm muito pra mostrar. Além do disco possuir ótimas faixas, a banda mostrou coragem ao sair da zona de conforto onde mofam dezenas de bandas consagradas, tentando fazer sons novos, diferentes de tudo que eles já fizeram. Já que é difícil para uma banda com quase trinta anos de carreira não soar repetitiva em nenhum momento.

Vale ressaltar que  a banda se mostra mais madura, com letras interessantes e canções que vão além do mundo adolescente, até porque, o público cresceu e os caras já estão beirando os cinquenta anos. Essa maturidade só veio somar ao processo criativo da banda.

O Offspring volta em 2012 com “Days Go By”, pra provar que ainda tem muita relevância no cenário do rock, pois possui a capacidade pouco vista hoje em dia de unir boas canções, talento, carisma e atitude numa banda de rock.

Vale a audição. E se por no play, garanto que vai ser difícil parar.

Longa vida ao Offspring!!!




David Oaski



sexta-feira, 6 de julho de 2012

O HUMOR NO BRASIL


O que é humor? Sem ver nenhum conceito pronto, humor é a arte de fazer rir, ser engraçado, carismático, incomodar e por que não, emocionar. Os humoristas são, em sua maioria, caras articulados e simpáticos, porém possuem certa dose de maldade e sarcasmo no bolso, pronto para serem utilizados.

O humorismo se caracteriza por alguns ‘tipos’, por exemplo, existe o bobalhão, aquele cara que só de olhar você já ri, como o Mussum; existe também o ator, que sabe interpretar e transmitir a piada, seja o texto próprio ou de outro roteirista, como a maioria dos artistas de programas como Zorra Total e A Praça é Nossa; há também os imitadores, que são figuras que se caracterizam de forma caricata a um personagem conhecido, de uma forma descontraída, como o Carioca, do Pânico; e existem também os caras de pau (não os da Globo), aqueles que fazem piadas de forma cínica, através de comentários ácidos. Vale lembrar que já tivemos grandes mestres no estilo, como Chico Anysio, Costinha, Mazzaropi, entre outros.

No Brasil, de uns tempos pra cá, surgiu a discussão sobre o limite do humor. O motivo principal foi uma piada feita pelo comediante Rafinha Bastos – então membro da bancada do CQC na Band – sobre a cantora Vanessa Camargo. Na volta de uma matéria, Marcelo Tas (comandante da bancada) disse que Vanessa estava uma gracinha grávida, Rafinha de bate pronto respondeu que comeria ela e o bebê. Minutos após o comentário, explodia na Internet um vendaval de críticas a Rafinha, pessoas chocadas com o comentário, sendo que logo em seguida o mesmo foi afastado do programa (pra onde acabaria não retornando mais).

Bastos se recusou a pedir desculpas, Vanessa entrou com um processo e o caso ganhou repercussão gigante, e o comediante foi demonizado, pois além de ser muito popular, ele se caracteriza por piadas com um estilo agressivo, que muitas vezes ofende seus alvos.

A meu ver, a resposta da questão é não. Não existe limite para o humor, se for piada, dentro de algum contexto, ele pode falar o que bem entender, porém deve existir o bom senso por parte do comediante de, na medida do possível, não ofender o íntimo de ninguém. Por outro lado, também acho totalmente legítimo que a pessoa que foi alvo da piada se ofenda e procure seus direitos na justiça. Rafinha foi orgulhoso, poderia ter pedido desculpas e amenizado um pouco toda essa rejeição que ele acumulou, não lhe custaria nada, porém por mais escrota que a piada seja, não podemos ser hipócritas e dizer que esse termo “comia ela e o bebê” não seja utilizado entre amigos, todavia não é um comentário de bom tom, muito menos para ser emitido em rede nacional.

Desde que surgiu a onda do stand up, que é um humor de cara limpa, onde um cara (não necessariamente um ator) sobe no palco e narra situações e circunstâncias rotineiras de forma engraçada, sendo que normalmente os textos são de autoria própria,  essa febre causou uma perda na qualidade do estilo, pois parece que todo mundo quer ser comediante, e cansamos de ver gente sem talento nenhum se apresentando, atirando pra todos os lados pra tentar arrancar um risinho do público.

Atualmente as principais referências do humor são Marcelo Adnet, Danilo Gentili e Marvio Lúcio, o Carioca, do Pânico. Os três formam o que há de melhor na comédia atual no Brasil.


Adnet é ator, já fez pontas em alguns filmes, porém sua carreira deslanchou após entrar na Mtv apresentando o extinto 15 Minutos, lá o ator se destacou com improvisos, imitações e as mais diversas falas engraçadas, se aproximando de um estilo non-sense em alguns momentos. Com o surgimento do Comédia Mtv, Adnet ganhou espaço em esquetes e quadros mais longos e trabalhados, sendo que sua qualidade é impressionante, pois tem capacidade de imprimir aos quadros críticas sociais de forma quase imperceptível. Além dos quadros, Adnet faz paródias de canções famosas, esse talvez seja seu ponto mais forte, já que seus vídeos na Internet são sucesso absoluto.

Danilo Gentili é publicitário por formação, mas ganhou destaque como um dos principais nomes do humor stand up, chamando atenção da Cuatro Cabezas, produtora do CQC que o recrutou para fazer parte do programa. Lá, Gentili, fez de tudo, provocou políticos em Brasília, foi preso se fazendo passar por mendigo em uma matéria, tirou onda com famosos, enfim, desfilou talento e inteligência nas segundas a noite. Desde o ano passado não faz mais parte do CQC e ganhou um programa próprio o talk show Agora é Tarde, feito nos moldes do programa de Jô Soares, em que Danilo entrevista figuras públicas de forma irreverente e abre o programa com textos próprios com muitas sacadas com relação a temas ultra atuais. O piadas do cara te fazem pensar e seus textos são de primeiríssima linha. Não a toa, já tem alguns livros lançados.

Já Marvio Lúcio, o Carioca, é radialista de profissão e participa do Pânico desde o início, tendo migrado da rádio para a Rede TV e se transferido para a Band recentemente. Carioca é um exímio imitador e consegue transformar seus personagens em algo caricato, com vida própria, tal como acontece com Amaury Dumbo (imitação de Amaury Jr.), Jô Suado (Jô Soares) e o Bóris (Bóris Casoy). Dos três, ele é o que faz o humor mais leve e popular, porém com muita competência e talento.


Enfim, cada um gosta de um estilo de um humor, porém particularmente, me agrada mais aquele estilo ácido, que te faz pensar, que põe o dedo nas feridas da sociedade. De forma sarcástica, é possível fazer nossa geração atual pensar e isso é fundamental, pois temos nos esquecido que possuímos esse tal de cérebro dentro da cabeça e que no faz muito bem usá-lo sem moderação.

Rir realmente anima a vida, e o humor é facilitador deste processo. Fontes de humor na nossa época não faltam, pois além dos diversos programas de TV, possuímos também a Internet, com conteúdo gigantesco, com imagens, textos, montagens e tudo que se possa imaginar. E, creio que com respeito e com um pouco de bom senso seja possível sim, falar sobre qualquer assunto, e que as piadas sejam vistas como piadas, com menos hipocrisia, deixando esse foco sério e puritano para os assuntos que realmente importam para o desenvolvimento do país, como educação, cidadania, meio ambiente e política.




David Oaski

quarta-feira, 4 de julho de 2012

AS GRANDES VOZES DO ROCK


Com exceção das bandas instrumentais e algumas orquestras, todas outras possuem um vocalista, que na maioria das vezes é também o front man, o cara que representa a banda, o primeiro a ser reconhecido e lembrado pelo público e, normalmente é o mais carismático do grupo.

No rock, existem vários estilos de vocalistas, aqueles mais participativos com as plateias durante os shows, outros mais introspectivos que se preocupam somente em executar seu trabalho da melhor maneira possível.

A função do cantor é implementar sua voz sobre as melodias, tornando a canção algo completo. Além disso, é através de sua voz que a banda passa sua mensagem com letras, refrãos e passagens marcantes.

Na história do Rock, existiram diversos vocalistas marcantes, mas abaixo listo os MEUS preferidos, destaco os meus, justamente porque é na minha opinião e, como já disse em outras oportunidades, não sou músico e na minha visão como leigo, música é muito mais que exuberância, pirotecnia e virtuosismo, passa muito mais por feeling, talento e competência, aliado claro a uma boa técnica.


Segue a lista:


Steven Tyler
Um dos ‘Toxic Twins’ do Aerosmith, ao lado de Joe Perry, conserva sua voz desde os anos 70, tendo como característica poderosos agudos e um timbre único, com uma potência difícil de ser alcançada.
Sobreviveu aos abusos das quatro décadas de carreira – chegou a declarar que todo dinheiro que ganhou nos anos 70 foi parar no seu nariz - tendo conseguido reconhecimento na década de 70, indo quase ao ostracismo em meados dos anos 80 e retornando com grande sucesso comercial nos anos 90 até os dias de hoje. Sua banda é constantemente definida como a maior banda da América.
Além de grande cantor, Tyler é multi-instrumentista e compôs a maioria das músicas do Aerosmith. Ao lado da banda, conquistou fãs fiéis, com carisma e competência, sendo que seus shows são sempre esgotados, sejam em estádios, ginásios ou festivais. Alcançaram status de banda clássica de rock, devido a longevidade, sucesso e toda mística necessária para eternizar uma banda de rock n’ roll.
Ouça: Dream On, do primeiro disco, homônimo, de 1973.


Chris Cornell
Cantor e principal compositor do Soundgarden e Audioslave, além de ter participado do projeto Temple of the Dog.
Como vocalista, possui um timbre único e um alcance impressionante, cantando desde canções mais líricas e melosas, até os mais potentes petardos. Além da voz impressionante, é um ótimo letrista, fugindo do senso comum da maioria dos compositores de língua inglesa.
Emergiu da onda grunge no final dos anos 80, com o Soundgarden, lançando ótimos discos, como Ultramega OK, Louder than love, Badmotorfinger e Superunknown. A banda possuía forte influência de rock clássico da década de 70, principalmente Led Zeppelin e de heavy metal. A banda foi a primeira das bandas de Seatle tidas como grunge a ganhar reconhecimento fora da cidade, porém foi com o lançamento de Nevermind, do Nirvana, em 1991, que a coisa se tornou mega.
Com o final do Soundgarden em 1997, lançou alguns discos solo, com apelo mais pop e teve boa aceitação comercial, alcançando vendas satisfatórias.
Já em 2001, juntou-se aos integrantes remanescentes do Rage Against the Machine e formou o Audioslave, grande banda da década, em que lançou três discos, todos recheados de ótimas músicas, com pegada, swing, energia e lirismo. Porém, a banda encerrou as atividades em 2007, devido a divergências musicais.
No intervalo de 2007 até aqui, lançou outro álbum solo e saiu em turnê. E anunciou no final de 2009, o retorno do Soundgarden.
Como a maioria dos grandes músicos da era grunge, passou meio desapercebido na época, no entanto hoje é considerado o grande cantor do rock mundial atualmente. Com o passar dos anos, parece não ter perdido em nada a qualidade da voz, pelo contrário, parece ter amadurecido e encaixa a mesma em qualquer melodia com a mesma ou até maior precisão do início da carreira.
Ouça: Outshined, do álbum Badmotorfinger, de 1991.


Robert Plant
Cantor inglês, conhecido por ter participado da formação de uma das maiores bandas em todos os tempos, o Led Zeppelin, se caracteriza pelos potentes agudos, mas executou vários timbres durante a diversificada carreira da banda.
É presença garantida em qualquer lista de maiores vocalistas da história do rock, com uma voz das mais belas, cantava baladas, rocks e blues com a mesma emoção, de forma visceral, dando o toque final às canções do Led Zeppelin, ele consegue dar às músicas exatamente o timbre que elas necessitavam, por isso essa engrenagem da banda funcionava tão bem, aliás todas as peças dessa engrenagem poderiam ser os melhores em cada instrumento que ocupam.
Ouça: Dancing Days, do álbum Houses of the Holy, de 1973.


Freddie Mercury
Pseudônimo artístico de Farrokh Bulsara, vocalista da banda britânica Queen, formada em 1971. Freddy é, sem sombra de dúvida, o vocalista mais carismático e performático da história do rock, transformando o Queen numa das maiores bandas da história, tendo sido presença constante nos maiores festivais de música do mundo durante a maior parte de sua carreira. Desde o início, Freddy parecia ter o dom para criar canções que conquistassem multidões e fossem comercialmente utilizáveis em diversas situações, sendo que não foi por acaso que a banda compôs “We Will Rock You” e “We Are the Campions”, canções executadas até hoje em eventos esportivos.
A banda com sua formação original durou vinte anos, desde sua formação em 1971 até a morte de Freddy em decorrência do vírus da Aids em 1991. Ao todo foram 15 discos de estúdio lançados, além de compilações e registros ao vivo. A discografia da banda é marcada pela criatividade de todos os integrantes, principalmente do vocalista, tido como o gestor da banda, sendo que, salvo em algumas escorregadas, fizeram ótimas canções e alcançaram a condição de uma das maiores bandas da história.
Como cantor, Freddy possuía, além do timbre pessoal, uma voz bela e versátil, capaz de cantar rocks avassaladores ou baladas emocionantes. Parece que o mesmo nasceu para dominar plateias, tamanha sua desenvoltura perante as multidões ao redor do mundo, com sua personalidade bissexual e agindo muitas vezes de espalhafatosa ganhava a todos e comandava o show, sendo que era considerado a própria ‘’rainha’ nos shows da banda.
Se arriscou em carreira solo, em meados dos anos 80, porém sem o mesmo brilho que obteve ao lado de seus companheiros de banda.
Ouça: Another One Bites the Dust, do disco The Game, de 1980.


Paul Rodgers
Tá aí um cara que o tempo foi ingrato, Paul Rodgers tem uma das melhores vozes da música mundial e provavelmente, hoje em dia, pouca gente o conhece. Foi vocalista de duas das melhores bandas de rock dos anos 60 e 70, Free (dos sucessos ‘All Right Now’) e Bad Company (‘Feel Like Makin’ Love) e possuía um timbre límpido e doce que transformava qualquer melodia em canções tocantes ou petardos sensacionais.
Ele se manteve no Free de 1968 a 1973, quando saiu para montar o Bad Company, de onde saiu no início da década de 80, quando partiu para uma bem sucedida carreira solo, com turnês bem sucedidas, sempre calcadas nos sucessos de suas antigas bandas. Formou ainda nos anos 80, uma banda chamada The Firm ao lado de ninguém menos que Jimy Page (ex Led Zeppelin). Além disso, gravou um disco e fez uma turnê mundial ao lado dos integrantes do Queen, batizado de Queen + Paul Rodger, para deixar claro que era uma fusão dos dois e não uma troca.
Ouça: Shooting Star, do Bad Company, presente no disco Straight Shooter, de 1975.


Scott Weiland
Vocalista Americano, problemático e talentoso do Stone Temple Piltos e Velvet Revolver. Scott, ao meu ver, é muito subestimado devido a comparações indevidas no início da carreira ao estilo de Eddie Vedder (Pearl Jam).
O Stone Temple Pilots ficou famoso mundialmente com o hit ‘Plush’ em 1992, em plena explosão da onda grunge. A canção estava presente no disco do mesmo ano chamado Core, que realmente seguia a estética do estilo em evidência na época. Porém no decorrer da carreira, a banda se mostrou muito talentosa e original, se reinventando a cada disco, mostrando influências de rock clássico, hard rock, pop e até bossa nova, se tornando uma das bandas mais criativas da década.
Scott sempre teve problemas com drogas, sendo inclusive preso em algumas ocasiões. De qualquer forma, sua voz parece ter resistido bem ao decorrer dos anos e o que mais impressiona são os diferentes tons de voz impostos pelo vocalista, com vozes extremamente agressivas em certas canções e vocais totalmente doces e românticos em outras.
O Stone Temple Pilots encerrou as atividades em 2003, retornando em 2008, após os integrantes se envolverem em outros projetos. Nesse intervalo, Scott assumiu os vocais do Velvet Revolver, ótima banda composta pelos ex-integrantes do Guns N’ Roses, sendo que com eles, gravou dois discos, sendo o primeiro, ‘Contraband’, excelente. Na banda, o vocalista novamente mostrou toda sua versatilidade em canções rápidas e pesadas e em baladas melodiosas.
Além da carreira nas bandas citadas, Scott têm dois discos solos lançados.
Ouça: Sour Girl, do Stone Temple Pilots, presente no disco nº 4, de 1999 e Sucker Train Blues, do Velvet Revolver, do disco Contraband, de 2004.


E essa é minha lista dos caras que, de uma forma ou de outra, habitam nosso imaginários e são nossos heróis quando estão no palco, diante da banda pela qual a gente é apaixonado pelo som. São os cartões de visitas das bandas e, muitas vezes, essenciais para o sucesso ou não das mesmas.

Gostou da lista? Achou uma merda? Comenta aí.




David Oaski