sábado, 28 de julho de 2012

MONEYBALL - O HOMEM QUE MUDOU O JOGO




Nota: 8,0

Moneyball é um filme americano, dirigido por Bennett Miler, baseado no livro de Michael Lewis e estrelado por Brad Pitt e Jonah Hill, lançado em 2011. O enredo gira em torno da história real de Billy Beane, então manager do time de beisebol Oakland Athletics, que tenta montar um time competitivo com baixo orçamento para a temporada de 2002.

O filme inicia com Billy (Pitt), fazendo seguidas reuniões com uma espécie de conselho técnico tentando resolver como substituiriam os principais jogadores da equipe que estava de saída para equipes de maio porte. Tais reuniões são muito superficiais, sendo que os conselheiros são todos velhos, muitos deles conservadores e com conceitos ultrapassados, deixando Billy totalmente frustrado.

Durante uma visita a um outro clube em busca de negociação de jogadores, Billy conhece Peter Brand (Jonah Hill), um jovem recém formado em economia em Yale, que possuía uma forma de analisar beisebol totalmente nova e revolucionária através de cálculos e estatísticas. Billy vê algo em relação ao garoto que lhe chama atenção, apesar de ficar com o pé atrás, resolve contratar Peter.

Daí em diante, Billy resolve seguir as dicas de Peter para substituir os atletas que saíram e apresenta as sugestões de seu pupilo na reunião seguinte, causando espanto nos velhos tradicionalistas, pois os jogadores selecionados eram aqueles que outros times e a liga de um modo geral desprezavam, fosse devido à lesões, problemas disciplinares, idade, etc. Apesar das ressalvas e até discordância da maioria dos conselheiros, Billy banca sua decisão e decide iniciar a temporada confiando piamente no modelo de trabalho do jovem Peter, o que causa imensa desconfiança por parte dos outros membros da administração do clube, já que o mesmo nunca havia jogado, além dos velhos não confiarem na tecnologia.

A temporada inicia de fato e o que todos previam de fato acontece, o time é um desastre, perde vários jogos de forma humilhante, sem qualquer poder de reação e como era de se esperar, os questionamentos em cima do trabalho de Billy e Peter passam a ser enormes. Apesar da pressão, Billy não parece nem um pouco inclinado a modificar a forma de trabalho, pois ao seu ver o risco era válido, já que o time possuía baixo orçamento e essa era uma forma de tentar algo novo, que poderia ou não dar certo.

Surge outro problema, o técnico da equipe, Art Howe (Philip Seymour Hoffman), não concorda em escalar o time da forma que Billy gostaria, dizendo que seria impossível justificar tais alterações. A situação é muito complexa, pois Billy tem uma forma de trabalho, na qual não se envolve com os jogadores, para poder ficar neutro em qualquer tipo de situação, além do que o treinador possui total autonomia para escalar o time que melhor entender.

No entanto já saturado com o fraco desempenho da equipe, Billy vai ao vestiário e vê a equipe em clima de festa, com jogadores dançando, som alto e tudo mais. Ele surta, bate nos armários e quando os jogadores entram em silêncio, ele diz: “Esse é o som da derrota”. Logo após ele resolve negociar alguns dos principais jogadores da equipe, tendo os identificado como as laranjas podres do elenco, além de forçar o técnico a escalar o time da maneira que ele considerava a melhor.

É curioso verificar no decorrer do filme a vida pessoal de Billy e a forma como ele encara toda a pressão por parte de seus companheiros de administração do time e da imprensa. A abordagem é bem humana, sendo que ele sofre junto com o time e sequer consegue acompanhar qualquer partida ao vivo. Ele tem uma filhinha, resultada de um casamento já encerrado, sendo que a mesma se mostra diversas vezes preocupada com o emprego do pai, fato que o deixa ainda mais angustiado. Vale lembrar que entre as cenas, ocorrem alguns flash backs que mostram a carreira frustrada de Beane como jogador de beisebol, fato que ele parece não ter superado até os dias atuais.

Após essas mudanças, Billy resolve se envolver mais intimamente com o time, mudando um pouco sua forma de trabalho, trazendo os jogadores para perto de si, apresentando as estatísticas de Peter para cada jogador individualmente, mostrando ao mesmo seus pontos fortes e o que ele poderia fazer para melhorar cada fundamento.

Daí como num passe de mágica, o time começa a jogar bem e engata a maior sequência de vitórias em todos os tempos, com 20 vitórias seguidas, sendo a última emocionante, com Billy atendendo a um pedido de sua filha e indo assistir ao jogo, em que os Athletics apesar de estarem ganhando com boa vantagem, cedem o empate devido a grande pressão, mas conseguem ganhar no final, quebrando um recorde na liga.

Apesar da marca histórica, o time não conquista a liga, o que deixa Billy tremendamente desapontado, porém seu trabalho é reconhecido e ele recebe uma proposta para treinar o Red Sox, com direito ao dirigente lhe dizer que aqueles que não seguirem o método do Oakland Athletics nos próximos anos estarão perdidos. Entretanto, Billy não se mostra contente com a campanha e Peter lhe mostra um vídeo em um rebatedor faz um home run, mas não nota e sai correndo pelas bases, até que seus companheiros o alertam do tento que ele realizou. É uma analogia para que Beane perceba o tamanho de sua conquista, genial por sinal.

Beane resolve recusar a proposta milionária dos Red Sox, que ganhariam a liga alguns anos depois seguindo a metodologia de Peter e Billy, sendo que Billy ainda segue em busca de um título. Ele justifica a escolha dizendo que a única escolha que ele havia feito por dinheiro, era a que ele se arrependia monstruosamente, que era justamente ter escolhido ser jogador de beisebol ao invés de estudar.

O filme é muito bom e conta com grandes atuações, rendendo várias indicações ao Oscar, mas o principal é que é uma ótima história, que apresenta um cara imponente, Billy, que se impõe através de sua personalidade no trabalho, mas é humano e possui problemas como todos nós, ou seja, é um herói da vida real. Grande filme. Altamente recomendado.




David Oaski


Nenhum comentário:

Postar um comentário