sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A NOVIDADE QUE VALE A PENA: ALIADOS



Ok. Não é tão novidade assim. A banda de rock foi formada em Santos, em 2000, por Gustavo Barreto (Fildzz), nos vocais, Dudu Golzi na guitarra, Rafa Borba na bateria e Oliver Kivitz no baixo, também fez parte da banda nos primeiros anos, o guitarrista Thiago Castanho (hoje no Charlie Brown Jr.). Antes conhecida como Aliados 13, a banda retirou o numeral de sua alcunha para evitar que seja relacionada à política.

A banda faz um pop rock, com influência de rock nacional, rock clássico e contemporâneo, convergindo num som original e com personalidade. Além disso, a banda se caracteriza por passar sempre mensagens positivas através de suas músicas, pregando pela diversão e pela preservação do que importa de verdade ao ser humano, paz, amor e saúde, mas sempre com sagacidade.

Da esquerda pra direita Rafa, Oliver, Dudu  e Fildzz
Os dois primeiros álbuns da banda saíram respectivamente em 2002 e 2004, o primeiro homônimo e o segundo intitulado “A Dose Certa” e, em ambos, a banda não conseguiu divulgar com força total seu trabalho. No primeiro disco, a banda conseguiu bons êxitos com o videoclipe de “Sem Sair do Lugar”, que foi veiculado na Mtv e Multishow, além de ter se apresentado em alguns programas de TV, no entanto com o fechamento da Abril Music, a banda teve os trabalhos comprometidos.

Já no segundo álbum, pela EMI o vocalista Fildzz sofreu um grave acidente e logo após descobriu um câncer nos rins, o que novamente comprometeu a divulgação do álbum, apesar do boa recepção do clipe de “Sereia”, single do álbum.

Após a cura da doença do seu cantor, quando já se achava que a banda havia acabado, eles retornam de forma independente com o ótimo e mais maduro  “Te Encontro Por Aí”, de 2007. Com composições fortes como a faixa título e “Antes Que Seja Tarde Demais”, além das tradicionais composições do grupo como “Esquece” e “Hoje a Noite Não Vai Acabar”, traz músicas que são trilhas para qualquer hora e que todos acabam se identificando, pois tratam de superação, amores, baladas, mas não de um jeito fútil como as bandas que estão na mídia, mas sim de um jeito forte, rock mesmo.

Com a boa repercussão do álbum, a banda voltou para uma gravadora em 2008, com o álbum “Amplificado” que trazia algumas canções inéditas e regravações das principais músicas dos três álbuns da banda, destaque para as ótimas inéditas “Quem Sabe Um Dia Vira Amor” e “Direto ao Assunto”. Novamente a banda alcançou boa repercussão, mas dessa vez num tempo de menos apelo por parte das gravadoras, a banda passou a trabalhar muito via Internet, angariando novos fãs através de shows Brasil afora.

A banda ao vivo durante show em Santos em Dezembro desse ano

Em 2011, a banda lançou seu último disco de inéditas até então, “5º Elemento”, nome dado em alusão aos fãs. E novamente se reveza entre a fé e superação em “Amanhã Não Sei Mais”, “Perto de Mim” e “O passo  de um Vencedor” e as sexuais “Me Aquece” e “Tu Gosta que Eu Sei” e o destaque “Esperança”, que além de ótima letra, possui guitarras inspiradas no U2.

A banda vai ganhando mais público a cada dia, já que faz falta no mainstream nacional, uma banda que fale do mundo jovem, sem parecer um babaca, ou seja, que faz um som acessível a todos e nem por isso perde em qualidade. São boas letras, boas melodias e uma interessante diversidade sonora, que fazem com que a banda santista tenha um futuro brilhante pela frente.

O Aliados faz um som que é a trilha sonora da vida de todo mundo que tem um sonho, que luta, que se diverte, mas também sabe que o mundo não é uma nuvem. É rock do bom, com apelo pop, tivesse o rock o espaço que teve outrora na mídia certamente a banda seria uma das maiores do país, mas ainda há tempo e a banda evolui a cada dia.


Áudio de "O Medo do Fim", ótima faixa presente no álbum "Amplificado"


David Oaski

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O SALOON



Matt estava no saloon, aquele que ele sempre ficava ao sul da cidade. Lá ficavam seus conhecidos – já que não era tão próximo de alguém que pudesse chamar de amigo. Lá tocava um power trio afiadíssimo, que reproduzia com paixão classic rock e blues, então a qualquer hora da noite que se entrasse no botequim se ouviria Stones, B. B. King, Creedence, Lynyrd Skynyrd ou Beatles. Matt costumava beber whisky, mas não era nenhum fresco, bebia qualquer coisa, desde que fosse destilada.

Matt era casado, pai de dois filhos pequenos e possuía um emprego entediante. O retrato do cidadão padrão, e, como a maioria dos que se enquadram nesse perfil, não era feliz. Sentia que faltava algo em sua vida, algo que trouxesse sentido a tanta luta. Aos 30 anos, já não dormia tão bem e começava a sentir o reflexo do tempo em seus músculos e, consequentemente em seus movimentos.

Já não tinha tanto desejo por sua esposa e a vida era um grande clichê. Uma rotina sem fim como num melodrama televisivo voltado para alienação. Só que dentro de sua própria vida? Aquilo atormentava Matt profundamente. Em que momento ele havia errado o caminho? Qual escolha ele devia ter feito diferente? Era tarde demais pra começar de novo? A vida é assim mesmo e o que resta é se acostumar? Enfim, dúvidas da vida adulta.

Um belo dia, Matt estava no saloon, fazendo o de sempre, curtindo um som, tomando um pileque, o usual. Quando entra uma dama de vestido vermelho no lugar, causando reações em absolutamente todos os homens. Primeiro porque a mulher era exuberante, segundo porque presenças femininas eram raríssimas no bar.

A dama parecia totalmente segura de si, pediu ao garçom um gim com tônica, enquanto analisava o lugar sem encarar nenhum dos homens que já salivavam de desejo por seu corpo sensual. Também não fazia o tipo vulgar, era do tipo que sabe que é sexy, sem apelar, na dose certa.

Matt, como todos outros marmanjos não conseguia evitar olhar a mulher, ela tinha longos cabelos lisos e morenos, pele branca, olhos que pareciam jabuticabas, lábios levemente acentuados, linda pele, seios médios e parecia estar em forma, era realmente sensual, como uma versão mais madura da Anne Hathaway.

Durante cerca de meia hora, ela tomou sua bebida, olhou as unhas, observou o que estava passando na TV, folheou uma revista que havia tirado da bolsa, mas em nenhum momento demonstrou alguma atenção a qualquer outro ser humano dentro do bar, além do garçom. Após pagar a conta e se retirar, o atendente traz a Matt um guardanapo, dizendo que havia sido solicitado que lhe entregasse. Ao pegar o objeto, ele totalmente perplexo lê os seguintes dizeres: “Me encontre no estacionamento”.

Matt não era nenhum galã de cinema, mas ainda era um cara bem apessoado, tinha as costas largas, não tinha barriga e um rosto que lembrava traços europeus, mas daí a chamar a atenção de uma mulher tão sexy já era demais para o seu entendimento. Após um longo dilema interno, ele chega à conclusão que não há nada a perder e vai até o estacionamento do lugar.

Lá chegando a bela mulher está dentro do seu veículo e o convida para entrar. Eles iniciam uma conversa:

- Vi você lá no bar. Me chamo Sheila.

- Impossível não te notar. Sou Matt.

- Lhe vi tomando um whisky.

- Engraçado. Não reparei que você tivesse olhando para ninguém.

- Sou muito discreta.

- Pude notar. Você é da cidade ou está de passagem?

- Estou de passagem. Uma viajem a negócios. Sou modelo e resolvi fazer uma parada.

- E durante a parada resolveu chamar um estranho para o seu carro?

- Você não é mais estranho. Certo, Matt?

- Não sou?

- Não. – disse ela acariciando o pau de Matt, que já estava duro.

Nesse exato momento foi como se tivesse sido virada uma chave dentro do rapaz. Toda racionalidade tinha dado lugar a um instinto selvagem e tudo que ele conseguia visualizar era aquela mulher maravilhosa lhe chupando e espalhando seu desejo sobre ela.

Num movimento preciso, Sheila sacou a rola de Matt das calças e a abocanhou com apetite de quem sabe o que faz. O chupava como ele nunca havia sido chupado antes. Com movimentos circulares da língua sobre a glande e segurando na base do cacete duro. Engolindo o membro e vez em quando lambendo os ovos, de tempos em tempos, olhando nos olhos do rapaz com aquela cara de safada que toda mulher devia fazer a um homem nessa situação.

Matt segurava com força o cabelo da moça e se esforçava para não gozar, quando a moça levantou, afastou o vestido e, mostrando que estava sem calcinha, sentou sem hesitar em Matt, sussurrando suavemente em seu ouvido frases do tipo:

- Me come gostoso, come. Me faz gozar. Gosta da minha bocetinha molhada, gosta? Isso, fode gostoso meu grelo. Que pau gostoso!

Antes que pudesse pensar em responder Matt explodiu num gozo absurdo, como nunca havia acontecido em sua vida. Ele emanava prazer por todos os poros. Não só prazer físico, mas também psicológico por ter fugido completamente da rotina de merda que sua vida tinha se transformado.

Ainda dentro do carro ele quis saber mais sobre a misteriosa mulher, mas ela se recompôs rapidamente, pediu que ele saísse do carro com gentileza e foi embora para nunca mais.

Matt estava catatônico, mal sabia o que pensar, mas aquela loucura o fez admirar muito aquela mulher. Que tipo de pessoa tem coragem pra fazer uma loucura dessas? Definitivamente são poucas, ele que o diga.

Matt sentiu a chama da vida. Um chamado para a vida de verdade. E Sheila, bom, pouco se sabe sobre ela.



David Oaski





segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL!



Acho o espírito do Natal lindo, de verdade. Não a parte comercial da data, mas sim a parte de se juntar ao redor das pessoas com as quais se importam com você e a recíproca é verdadeira. 
Celebrar com os entes queridos, encher a pança de guloseimas e passar bons momentos.

O significado da data também é mais do que especial, afinal é o aniversário de Jesus Cristo, uma das maiores celebridades que passaram pela Terra, um cara que tentou levar o bem a todos, justificando nossa existência através do amor e da esperança. Alguns não acreditam sequer na existência do cara, eu prefiro acreditar, pois não fosse a vinda dele, teríamos poucas razões para seguir batalhando dia após dia.

Nossa rotina maçante muitas vezes nos cansa, deixa distantes e faz com que percamos o foco, porém devemos tentar conservar o máximo possível esse espírito natalino de paz aos nossos dias, pois necessitamos urgentemente verificar o que tem valor de verdade. Não são nossas roupas, nossos carros, status social ou lugares que frequentamos, mas sim nossa família, nossos amigos verdadeiros, nossa paz, nossa saúde e aquele momento que te faz se sentir vivo, aquele em que você não deseja estar em nenhum outro lugar, até porque isso nem lhe passa pela cabeça. Isso é o que vale a pena de verdade, e a chama desses momentos deve ser mantida acesa para que atravessemos com fé todos os outros momentos de adversidades e dificuldades.

Aproveite essas datas para refletir se o seu caminho é o que te faz viver de verdade e se você se orgulharia de si próprio se vendo de fora.

FELIZ NATAL A TODOS!!!

São os votos do Ideologia Rock.



David Oaski

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

RESENHA: STONE SOUR - HOUSE OF GOLD & BONES - PART 1



Nota: 9,0

Muita gente ainda acha que o Stone Sour é um projeto paralelo do vocalista Corey Taylor, que também canta no Slipknot, porém o que muitos não sabem é que a banda de hard rock surgiu antes da de new metal, encerrando as atividades em 1997 e retomando em 2002.

O fato é que o Stone Sour nunca obteve o prestígio da outra banda de seu frontman, mas nem por isso trata-se de uma banda inferior, muito pelo contrário, ao meu ver é até melhor, com mais variedade sonora, permitindo inclusive que possamos ver a amplitude do talento de Corey como cantor, já que ele é certamente um dos melhores de sua geração.

A banda lançou no final de Outubro seu mais recente álbum, surpreendendo a todos e alcançando o posto de melhor lançamento da carreira dos caras. Há de tudo no play, balada, hard, metal, gritos, vocais limpos e suaves, guitarras pesadas, belas harmonias de violão, tudo isso executado pela ótima banda formada por Corey nos vocais; seu parceiro também de Slipknot, Jim Root na guitarra solo; Josh Hand também nas guitarras; e Roy Mayorga na batera. Além deles, foi recrutado para a gravação o baixista Rachel Bolan, do Skid Row.

Taylor tinha a ideia de lançar um disco duplo ou conceitual, porém acabou optando por lançar o álbum em duas partes, sendo que a segunda sairá meados do ano que vem. As influências citadas pelo músico como inspiração para as gravações vão de Metallica, Soundgarden, Alice in Chains e Pink Floyd, o que já mostra a diversidade sonora buscada pela banda.

O primeiro single lançado foi a dobradinha “Gone Sovereign” e “Absolute Zero”, que são as duas primeiras faixas do play, quase intercaladas, com melodias rápidas, guitarras dando o tom e a voz de Corey dando as boas vindas de forma afiadíssima.

Algumas canções poderiam tranquilamente ser sucessos em rádios rock (as que ainda não faliram), pois são o que os americanos chamam de AOR, que é o rock mais comercial voltado para as rádios FMs, sendo que se enquadram nessa facilmente a grooveada “A Rumor of Skin”, que possui um bom solo; “Tired” que também tem boas guitarras, mostrando toda a versatilidade de Jim Root que vai bem no peso do new metal, na leveza de baladas e na energia do hard rock; e ainda há espaço para “Gallows Humor”, bônus track da versão japonesa do álbum que também segue a característica das anteriores.

As duas partes de “The Travellers” compõem uma bela faixa, tendo a primeira um lindo arranjo com um violão acompanhando a voz suave de Taylor e no final entram violinos e piano, dando um toque sensível e belo à canção. Já a segunda parte é um pouco mais pesada e soa exatamente como um complemento da primeira.

Outro destaque do álbum são as letras, que em sua maioria tratam da condição decadente da nossa sociedade e dos valores e princípios cada vez mais desvirtuados dos indivíduos. Além disso, ainda sobra espaço para melancolia, como na belíssima “Taciturn”, que inicia somente com voz e violão, mas encorpa com o resto da banda acompanhando e tem um dos melhores solos de guitarra do disco.

A agressividade também sempre presente nos discos da banda vem à tona na excelente “RU486” que remete aos pontos altos de metalcore; “My Name Is Allen” também é cantada de forma quase gutural, porém com a melodia mais puxada para o hard heavy, lembrando em alguns trechos metal industrial do Nine Inch Nails, por exemplo. Já com “Last of the Real”, Taylor dá show alternando seus estilos vocais facilmente dentro da mesma canção. Enquanto por outro lado, “Influence of a Drowsy God” tem boa letra e lembra alguma música recente do Linkin Park.

Creio que esse disco irá tirar de vez o Stone Sour da aba da banda co-irmã Slipknot, pois além de possuir um repertório excelente, parece dar os rumos do que vem a seguir no heavy metal atual. Afinal, com a mescla das diversas influências citadas, os caras tiraram do forno um disco forte, consistente e, acima de tudo, muito bom.

Ao listar os melhores do ano, coloquei o “King Animal”, do Soundgarden em primeiro lugar, porém a cada audição de “House of Gold...” fico em dúvida se fiz a escolha certa.

Resumindo, é rock de altíssima qualidade.



David Oaski

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

MELHORES DISCOS DE 2012 - IDEOLOGIA ROCK


O ano de 2012 foi mais um grande ano para a música, com grandes lançamentos de novos artistas e dinossauros consagrados há várias décadas. Já estava com vontade de fazer um exercício de listar os melhores álbuns dentre os quais tive a oportunidade de ouvir, então um pedido do Whiplash.net acionou o gatilho de vez para elaborar a lista.

Tivemos excelentes shows gringos e nacionais, consolidando de vez o Brasil na rota dos grandes shows e festivais, além de bons álbuns em quase todos os meses.

Dentre os lançamentos, listo o top 10 do Ideologia Rock:


10 – “Boys & Girls” – Alabama Shakes
Disco de estreia dessa excelente banda norte americana, que possui fortes influências de soul music e uma vocalista absolutamente fantástica. Canções fortes, que cheiram à nostalgia, gravadas em 2012.



9 – “Apocalyptic Love” – Slash
Hard rock potente e vigoroso, sem deixar de lado as tradicionais baladas características do estilo. O antigo guitarrista do Guns N’ Roses chama o vocalista Myles Kennedy, do Alter Bridge, que deixa um pouco a desejar devido a seu timbre cansativo, fosse um outro vocalista, o disco subiria na lista. Apesar disso, “One Last Thrill” e “Hard & Fast” são fantásticas.



8 – “Lex Hives” – The Hives
Essa banda sueca é tão boa ou melhor que seus conterrâneos do eixo Estados Unidos / Inglaterra do Strokes e Arctic Monkeys. Nesse álbum mantém a pegada de canções rápidas, com boa dose de irreverência e sem muita frescura. Direto ao ponto.



7 – “Blunderbuss” – Jack White
Um dos caras mais carismáticos do rock atual, além de um dos melhores guitarristas de sua geração, White demonstrou em seu primeiro álbum solo que está maduro artisticamente e pronto para flutuar entre suas diversas influências. Ótimo disco.



6 – “The 2nd Law” – Muse
Pretensioso, grandioso e até megalomaníaco em alguns momentos. Que bom que ainda tem uma banda talentosa tentando manter a chama do rock de arena acesa. Teclados, sintetizadores, dubsteps e excelentes guitarras permeiam as canções do último álbum do Muse. O inesperado funk “Panic Station” é uma das melhores canções do ano.




5 – “Battle Born” – The Killers
Canções pop na medida certa, que grudam na mente, mas sem forçar a barra. Grande retorno dos assassinos.




4 – “Harakiri” – Serj Tankian
Álbum solo de Serj Tankian que poderia facilmente ser o sexto álbum do System of a Down, tanto pela melodia vocal, harmonias e até backing vocals que lembram os de Daron Malakian.



3 – “Monster” – Kiss
De volta às origens, os caras fizeram um discaço de hard rock cru e direto ao ponto, que parece ter saído da década de 70 e caído nesse ano.  All for the love of rock n’ roll.



2 – “House of Gold & Bones Part 1” – Stone Sour
O ótimo vocalist a Corey Taylor lançou com sua banda ao apagar das luzes, no final de Novembro, um dos melhores discos do ano. Hard rock, metal e baladas num álbum forte e consistente.




1 – “King Animal” – Soundgarden
A banda retornou pra mostrar que ainda é muito mais que relevante, com um vigor absurdo e canções poderosas. Cornell é um dos melhores cantores da história do rock e Tahiyl toca muita guitarra. Álbum do ano.



Quase entraram na lista, “Yellow & Green”, do Baroness e “Resolution”, do Lamb of God. E, além desses, destacaram-se também os lançamentos nacionais da ótima Tulipa Ruiz, com “Tudo Tanto” e do sempre sagaz Zeca Baleiro, com “O Disco do Ano”.

Outro ponto altamente positivo do ano, foi o anúncio das novas edições dos dois principais festivais realizados no país, o Lollapalooza e o Rock in Rio, com atrações do naipe do Pearl Jam, Queens of the Stone Age, The Killers e The Black Keys (no Lolla) e Bruce Springsteen, Metallica, Iron Maiden, Muse e Alice in Chains (no RiR).

Em contraponto, os destaques negativos foram: o cancelado do festival Metal Open Air, no Maranhão, que anunciou um line up dos sonhos para qualquer fã de metal e terminou de forma constrangedora, com a maioria das atrações cancelando as apresentações, devido a falta de estrutura da promotora do evento. Além dessa bizarrice, outro fato lamentável foi a reação dos fãs conservadores de metal quando do anúncio do Avenged Sevenfold na mesma noite do Iron Maiden no Rock in Rio 2013, com uma enxurrada de preconceito e babaquice, mostrando o quanto a maioria esmagadora do público de metal no Brasil é ultrapassado e idiota.

Não posso fechar a retrospectiva, sem fazer menções honrosas ao lançamento do Led Zeppelin, “Celebration Day”, lançado em CD duplo, DVD e Blu Ray, traz uma justa recompensa aos fãs que esperaram décadas por um registro ao vivo de qualidade do quarteto britânico.

Enfim, 2012 foi um grande ano para música, ao contrário do que pensam aqueles alienados que acham que tudo de bom ficou na década de 60 e 70, já que qualquer um com um certo grau de discernimento consegue apreciar a música atual, tanto quanto a antiga, afinal música não tem idade.

Não fique esperando a música cair do céu pesquise um pouco, conheça novos álbuns, novos sons, sem preconceito e verá que a música está em alta, e existem diversos artistas talentosos lançando bom material ao redor do planeta.



 David Oaski


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

RESENHA: WELCOME TO THE FREAKSHOW - HINDER



Nota: 7,5

O Hinder é uma banda norte americana, pouco conhecida no Brasil, mesmo tendo sido formada em 2001, fundindo hard rock, pós grunge e glam rock, eles fazem um rock animado e festeiro, com belas baladas e ótimas canções.

Com quatro álbuns na carreira, a banda está lançando seu mais recente trabalho, “Welcome to the Freakshow”, lançado no começo do mês que mantém a pegada de seus antecessores, o excelente debut “Extreme Behavior” (2005) e os bons “Take it to the Limit” (2008) e “All American Nightmare” (2010).  

O excelente cantor Austin Winkler, ao lado do guitarrista solo Joe Garvey, do guitarrista base Mark King, do baixista Mike Rodden e do baterista Cody Hanson esbanjam energia ao longo das onze faixas desse novo trabalho.


São melodias bem encaixadas, com guitarras bem executadas, vocais ora agressivos, ora suaves, de acordo com o que pede a melodia. O Hinder faz um estilo de rock que poucas bandas fazem hoje em dia, um hard rock suingado que funciona numa festa, por exemplo, pois cheira a sexo e diversão.

O disco segue a fórmula da banda, músicas radiofônicas, como as baladas românticas, “Is It Just Me” e “Anyone But You”; a pop e melhor do álbum “Should Have Known Better”, com seu refrão grudento, no bom sentido. Possui boas guitarras, cheias de groove, no primeiro hit “Save Me” e na faixa que dá origem ao título do álbum “Freakshow”.

A banda ameaça flertar com o eletrônico em “Ladies Come First”, mas fica só na batida da introdução. A durona “See You In Hell” lembra o Guns N’ Roses recente, com uma pegada pesada, mas sem chegar a ser agressivo, contando com ótima participação de Austin. O disco encerra com “Wanna Be Rich” tratando com ironia o estilo de vida que visa o ‘sonho americano’.

Chama a atenção no play, o número de baladas românticas, dessa vez são cinco no total, quase metade do álbum, sendo quatro na sequencia, as melosas “Talk to Me” e “Get Me Away From You”, com andamento nos violões; mais acelerada lembrando bandas pop como Marron 5, na seguida vem “Is It Just Me” e, por último vem a mais legal “I Don’t Wanna Believe”. Além dessas, ainda há “Anyone But You”, também semi acústica.

O Hinder lança um álbum consistente, com boas composições como de costume. Não irá passar nem perto de revolucionar o mundo do rock – até porque a banda nem tem essa pretensão – mas poderia facilmente fazer mais barulho por aqui.

A banda mostra que ainda é possível fazer um rock comercial, mas com qualidade suficiente para ser levado em consideração e garantir boas doses de diversão ao ouvinte.





David Oaski


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

UMA NOITE EM 67



Histórico. Essa é a palavra que melhor define o III Festival da Música Popular Brasileira, realizado pela TV Record, no Teatro Paramount, em 1967. E essa aura histórica e de tremenda efervescência cultural que o documentário dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, busca resgatar e transmitir ao telespectador ao longo de 85 minutos.

São vídeos originais das apresentações dos cinco primeiros colocados do festival, além de entrevistas atuais com os artistas, críticos e técnicos que trabalharam no festival, traçando um retrato da cultura de uma geração brilhante da música brasileira.

Dentre os músicos, são entrevistados Sérgio Ricardo, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, MPB-4, Edu Lobo e Roberto Carlos. Além do crítico e compositor Nelson Motta; do realizador do projeto do festival Solano Ribeiro; o diretor da TV Record, Paulinho Machado de Carvalho; Zuza Homem de Mello, então técnico de som do evento; o jurado Sérgio Cabral; e o jornalista Chico de Assis.

É interessante que o documentário entrelaça imagens originais do evento, incluindo as entrevistas com os músicos feitas na cobertura do festival, com depoimentos atuais dos diversos envolvidos citados acima, comentando além do festival em si, o momento cultural e político que o país passava, enfrentando toda a rigidez do regime militar e a censura.

Entre as apresentações históricas, o filme mostra na íntegra as apresentações de todos os finalistas, incluindo Sérgio Ricardo, que durante a apresentação de “Beto Bom de Bola”, incomodado com as constantes vaias da plateia se retira do palco, sem antes quebrar seu violão e arremessa-lo na audiência, sendo dessa forma, eliminado do festival. Além disso, vemos o vencedor do festival Edu Lobo, cantando ao lado de Marília Medalha, a canção vencedora, “Ponteio”; Caetano Veloso cantando ao lado da banda argentina The Beats, a belíssima (e relegada por ele nos dias de hoje) “Alegria, Alegria”; Gilberto Gil, que ficou em segundo, tocando ao lado dos Mutantes, a não menos bela “Domingo no Parque”; o galã Chico Buarque, com seus 23 anos, cantando “Roda Viva” como gente grande, ao lado do MPB-4; e a surpreendente interpretação de Roberto Carlos no samba “Maria, Carnaval e Cinzas”. Ainda participaram do festival, porém sem se classificar à final, Elis Regina, que levou o prêmio de melhor interprete com “O Cantador” e Nara Leão, que cantou ao lado de Sidnei Miller, “A Estrada e o Violeiro” que ganharia o prêmio de melhor letra.

Dentre os fatos mais curiosos da época, destacam-se a passeata contra a guitarra elétrica, lembrada por Nelson Motta, em que participaram artistas como Jair Rodrigues, Elis Regina e Gilberto Gil e tinha como intuito a conservação da música brasileira de raiz, vendo a guitarra como símbolo de uma possível invasão da cultura norte americana e britânica, relegando a MPB. Todos artistas que participaram daquele movimento hoje reconhecem quão absurdo aquela passeata foi.

Outro momento divertido do documentário se dá quando Miltinho da MPB-4 relata uma passagem em que estavam assistindo uma apresentação de Caetano Veloso durante sua fase tropicalista, onde ele abusava da androgenia e, ao encontrar com Erasmo Carlos, da turma rival da Jovem Guarda, ambos dizem não estar entendendo nada da apresentação. A história é deliciosa.

Ressalta-se também o momento em que Chico Buarque diz ter se sentido sozinho durante o movimento tropicalista encabeçado por Caetano e Gil, pois todos o viam como o retrato de um comportamento tido como mais velho, conservador, o que, de fato, não era verdade.

O que mais me chamou atenção ao assistir ao documentário foi como nossos artistas jovens da época eram inteligentes e cultos e conseguiam transmitir isso através de suas letras e músicas. Apesar de serem muito jovens, Caetano (24), Chico (23) e Edu Lobo (23), todos já cantavam e compunham músicas com forte apelo social, gritando por liberdade, com linguagem sofisticada e extremamente competente. O mais surreal de tudo é que as músicas eram populares, era isso que o povo ouvia e se interessava. Já hoje em dia, vemos caras de 35, 40 anos cantando como dramas adolescentes como se não houvesse mais nada o que se questionar na nossa sociedade cada vez mais capenga.

Fico me perguntando onde estão os Caetanos, Chicos, Gils e Elises da minha geração e não os encontrei. O que torna ainda mais precioso o documentário é a lembrança de um tempo em que éramos mais inteligentes, tanto artistas, quanto público e até entrevistadores, fazendo um programa popular e de extrema qualidade.

Um dia, quem sabe, nossa MPB deixe de ser tão pretensiosa e volte a ser talentosa daquele jeito, com lindas canções que toquem de verdade o coração das pessoas e não só sirvam de trilha sonora pra mais uma balada vazia e monótona.


Segue a lista completa dos ganhadores da inesquecível noite:

1º lugar: "Ponteio" (Edu Lobo e Capinam), com Edu Lobo, Marília Medalha e Quarteto Novo;

2º lugar: "Domingo no parque" (Gilberto Gil), com Gilberto Gil e Os Mutantes;

3º lugar: "Roda-viva" (Chico Buarque), com Chico Buarque e MPB-4;

4º lugar: "Alegria, alegria" (Caetano Veloso), com Caetano Veloso e Beat Boys;

5º lugar: "Maria, Carnaval e Cinzas" (Luís Carlos Paraná), com Roberto Carlos e O Grupo;

6º lugar: "Gabriela" (Maranhão), com o MPB-4.

Outras premiações:

Melhor letra: Sidney Miller ("A estrada e o violeiro")

Melhor intérprete: Elis Regina ("O cantador")

Melhor arranjo: Rogério Duprat ("Domingo no parque")



David Oaski

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

NEGOCIAÇÕES PARA O FIM DO MUNDO



Um figurão do congresso liga para um figurão dos eventos esportivos e questiona:

- E aí, tudo certo para o sediarmos o fim do mundo? – pergunta o do congresso.

- Tudo certo. Quer dizer, faltam alguns detalhes, você sabe, o de sempre, superfaturar uma nota aqui, desviar uma grana ali, um caixa dois acolá, a velha rotina. – respondeu prontamente o dos esportes.

- Ah claro. Mas tá fluindo tudo tranquilo né? Teve que subornar alguém? Algum jornalista curioso?

- Sempre rola né. Mas a gente usa o caixa dois nisso também, tudo tranquilo.

- Então tá certo. Você sabe que vai vir gente do mundo todo pra acompanhar né...

- Claro, até porque vamos sediar as Olimpíadas e a Copa do Mundo, não poderíamos perder a chance de sediar mais esse evento importante.

- É isso. Vai ser muito importante pra visibilidade do país.

- Que isso doutor, tá pensando que tá falando com a imprensa, sem demagogia pra cima de mim. Vamos ser sinceros. Que bom que vai ter mais um evento pra gente morder o dinheiro público, superfaturar as obras e aumentar um pouquinho nosso pé de meia.

- Hahahahaha, como você é honesto José, por isso gosto tanto de você.

- Somos amigos a anos xará, não precisa montar personagens para falar comigo.

- Claro, sei que posso confiar em você.

- Ok, então tudo combinado, dia 21/12, vai ser um fim do mundo como nunca se viu.

- Tá certo. Vou estar presente com trajes de gala.

- Então combinado. Abraço Zé.

- Tchau tchau Zé.

Ao desligar o telefone, ambos olham para o aparelho pensativos, quando o telefone de um toca antes:

- Cara, cancela isso aí, se o mundo acabar a gente não vai ter mais o que roubar!

- Claro, como fomos estúpidos. Tá cancelado. Alegaremos que o Brasil não tem infraestrutura para sediar o evento.

- Quase caímos nessa hein Zé. Esses nossos olhos gordos...



David Oaski


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

RESENHA: LED ZEPPELIN - CELEBRATION DAY




Nota: 9,5

Que o Led Zeppelin é uma das três maiores bandas de todos os tempos, todo mundo sabe. Mas até hoje, haviam poucos registros ao vivo da banda, que encerrou as atividades em 1980, com a morte do baterista John Bonham.

Com o recém lançado “Celebration Day”, gravado em Londres, na O2 Arena em 2007, num show em homenagem a Ahmet Ertegün, fundador do selo Atlantic, a banda satisfaz todos os milhões de fãs carentes por um registro oficial com captação de áudio de qualidade compatível à genialidade da banda. Nas baquetas, substituindo John, seu filho Jason Bonham não deixa a desejar, fazendo com que a banda registre um concerto emocionante e histórico em todos os aspectos.

Em relação ao repertório é difícil errar quando se trata do Led, mas não há o que reclamar, podem haver preferências por uma ou outra música que tenha ficado de fora, mas não há como questionar um setlist com “Kashmir”, “Stairway to Heaven”, “Rock and Roll”, “Ramble On”, “Since I’ve Been Loving You” e “No Quarter” pra ficar nas mais óbvias. A maioria das canções possui execução polida, com a banda notavelmente entrosada, como se nunca tivessem parado de tocar juntos, tudo parece fluir naturalmente entre os caras, sem esforço, só curtindo o momento.

Quanto aos integrantes, destaco Robert Plant, com sua voz de ouro, parece não ter sentido o efeito do tempo, sua performance é exemplar, claro que sem a potência dos anos 70, mas correta e sem deixar a peteca cair em nenhum momento; John Paul Jones tem a cara de garoto, nem parece que tocou numa banda a 30 anos, é o termômetro da banda, toca extremamente bem piano e baixo, um músico completo; Jason Bonham é um destaque a parte, assumiu as baquetas que outrora foram de seu pai, reconhecido por todos como um dos maiores bateristas de todos os tempos, e segurou a bronca, com pegada e competência, arrancava olhares de aprovação dos integrantes da banda no decorrer da apresentação; já o maior gênio por trás da magia da banda, Jimi Page, como de costume tem momentos hipnotizantes, como em “Stairway...”, por exemplo, e outros não tão empolgantes, característica de um músico que não se repete, errando e acertando.


O DVD é sensacional, vindo num pacote com CD duplo e um encarte com depoimento dos quatro membros com suas impressões do show histórico, sendo a mais interessante a de Jason, completamente emocionado em estar tocando com a banda que consagrou seu pai. O único pecado do lançamento é a falta de extras, uma apresentação desse porte e dessa importância merecia um making of caprichado e entrevistas com os integrantes, no mínimo.

Enfim, a banda que transgrediu o tempo, com toda sua áurea misteriosa, talento e carisma nos mostra que os heróis também envelhecem, mas é possível envelhecer com dignidade.

Obrigado Led Zeppelin!




David Oaski



sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

RESENHA: SUCKER PUNCH - MUNDO SURREAL



Nota: 8,5

Dirigido por Zack Snyder, essa produção de origem norte americana possui, como o título em português sugere, características extremamente surreais e gira em torno da protagonista Babydoll (Emily Browning), que vai parar num sanatório após ter sido incriminada por seu padrasto pelo assassinato que este cometeu contra sua irmã mais nova, visando ficar toda herança deixada por sua mãe recém-falecida.

Ao chegar ao sanatório, deprimida com toda a situação a garota momentos antes de executar uma primeira sessão de lobotomia, transporta todo o mundo ao seu redor para um bordel, onde os funcionários e pacientes do sanatório estão presentes cada um com um alter ego em seu mundo imaginário.

No bordel, ela conhece outras garotas que estão na mesma situação que ela, sendo mantidas presas, por Blue, o gerente do lugar, que é o funcionário que recebe Babydoll no sanatório e combina quanto o padrasto irá pagar pra mantê-la de boca fechada. As garotas são Rocket e Sweet Pea (que são irmãs), Blondie e Amber; elas são obrigadas a ensaiar diariamente buscando excelência nas apresentações de dança. Já em sua primeira dança, Babydoll hipnotiza a todos e o filme é transferido para uma outra dimensão, em uma espécie de templo samurai, onde ela encontra pela primeira vez um guru, que a seguirá durante todas essas viagens. São cenas de ação incríveis em que a protagonista luta com os samurais e durante a conversa com o mestre, ele a diz que ela irá precisar de cinco elementos para ser livre: um mapa, fogo, uma faca, uma chave e o quinto elemento seria um mistério. Quando a dança se encerra, estamos de volta ao salão de dança e todos estão voltando de transe.

No camarim, Babydoll apresenta às outras garotas um plano de fuga, tendo como base os cinco elementos, citados anteriormente um mapa do prédio, um isqueiro, uma faca e uma chave mestra para abrir todas as portas. No plano, Sweet Pea fica responsável por pegar o mapa na sala de Blue; Amber deve pegar o isqueiro no bolso do paletó do prefeito; Rocket irá roubar a faca do cozinheiro; e quanto à chave que fica no pescoço de Blue, Baby ficaria responsável. Durante a execução de cada ação do plano, Babydoll dançaria para todos, os hipnotizando, tomando assim atenção para si e deixando pista livre para botar em prática cada etapa do plano, transportando em cada dança o filme para uma batalha diferente, sempre com o guru do início liderando o grupo das garotas.

Para pegar o mapa, Babydoll distrai a todos com sua dança no salão de ensaios, enquanto Sweet Pea invade a sala de Blue. Somos transportados a uma guerra contra robôs, em que todas as cinco garotas estão armadas até os dentes e são combatentes muito hábeis e pegam o mapa a muito custo de uma base inimiga; quanto ao isqueiro, Baby dança no palco diante do prefeito, enquanto Amber, sentada em seu colo, pega o objeto, que o mesmo só dá falta após o fim da apresentação. Durante a ação, as meninas acordam um dragão filhote e arrancam suas ventas, acordando sua mãe que as enfrente vorazmente, mas é derrotada. Nesse ponto, Blue que já havia dado falta do mapa em sua sala, liga o fato do sumiço do isqueiro do prefeito e ao entrar no camarim, vê as garotas comemorando e as ameaça, notando que elas estão planejando algo. Sweet Pea, com medo, sai do grupo, mas retorna pouco depois.

A próxima etapa do plano é a faca, que as garotas pretendem roubar do cozinheiro enquanto Baby dança pra ele. Dessa vez somos transportados a uma situação onde as garotas devem desativar uma bomba que está num trem desgovernado, enfrentando adversários robôs (que lembram os de “Eu, Robô”, inclusive). Quando elas conseguem desativar a bomba, um robô que estava no chão se levanta e atinge Rocket. O fato se deu pois o chão da cozinha estava molhado e a música tema para dança de Babydoll parou, interrompendo o transe do cozinheiro, que dá uma facada em Rocket, que morre pouco depois. A confusão atrai Blue que, revoltado, diz que era isso que elas estavam procurando e prende Sweet Pea num closet, já que ela está transtornada com a morte da irmã e diz que as outras irão dançar normalmente à noite.

Blue volta ao camarim para tirar satisfações com as garotas e Blondie entrega que caguetou todo o plano para a professora de dança. Blue mata Blondie e Amber a sangue frio e quando tenta estuprar Babydoll toma uma facada. A bela pega a chave mestra de seu pescoço, liberta Sweet Pea, e as duas, em posse do mapa, localizam a saída. No entanto, Babydoll descobre finalmente qual era o quinto elemento que o onipresente ancião havia lhe falado, era ela própria, ela então se entrega, permitindo que Sweet Pea prosseguisse com sua fuga.

Baby acorda com o final da lobotomia, em que a doutora (que era a professora de dança) e o médico que estão fazendo o procedimento questionam a necessidade daquele método, sendo que a doutora informa que tudo aquilo que havia sido feito no bordel, também havia ocorrido no sanatório, ou seja, Baby traçou um paralelo em sua mente de tudo que acontecia, inclusive com Sweet fugindo. Quando Baby está prestes a tomar uma surra de Blue (que trabalha no sanatório), a polícia chega e o prende.

No final, vemos Sweet Pea tentando ingressar num ônibus sem passagens, levantando suspeita de policiais, porém o motorista (ancião e líder do grupo durante os devaneios de Baby) dá o aval e fala que ela já estava no veículo a muito tempo e só parou para ir ao banheiro, ingressando e, dessa forma concluindo a fuga.

O filme encerra com Sweet Pea, tendo a sensacional reflexão:

“Quem honra aqueles que amamos pela vida que vivemos?
Quem envia monstros para nos matar?
E, ao mesmo tempo, canções que nunca vão morrer.
Quem nos ensina o que é real e como rir das mentiras?
Quem decide quem vai viver ou morrer defendendo?
Quem nos acorrenta? E quem tem a chave para a nossa liberdade?
É você. Você tem todas as armas que precisa.
Agora lute!”

É muito bom ver um filme chapante desse jeito, em todos os sentidos, um devaneio completo, ainda mais com a mediocridade atual de Hollywood chega a ser esperançoso ver um filme como Sucker Punch, com boa história, boas atuação e uma excelente trilha sonora.

Filme rock n’ roll. Altamente recomendado!



David Oaski