quarta-feira, 24 de abril de 2013

PÉROLAS QUE O TEMPO ESQUECEU: RUMBORA


O Rumbora era uma banda que misturava de forma irreverente ska, rock, hardcore e reggae numa levada bem pop e que fez sucesso no final dos anos 90, começo dos 2000, formada pelo vocalista e guitarrista Alf, pelo baixista e vocalista Beto, além do guitarrista Biu e do baterista Bacalhau.

Apesar de ter tido reconhecimento na época, hoje em dia pouco se fala na banda que emplacou dois discos pela gravadora Trama: “71”, de 1999 e “Exército Positivo e Operante”, de 2000 e um de maneira independente: “Trio Elétrico”, de 2003.

O frontman da banda: Alf
Oriunda de Brasília, assim como os Raimundos e o Natiruts, já no primeiro disco a banda mostrava suas letras cheias de bom humor e ironia e obteve êxitos nas rádios e na Mtv com os singles “Chapirous” e “Skaô”, as letras possuíam um vocabulário jovem, repleto de gírias e usual à época e as melodias eram ensolaradas, com total influência dos ritmos jamaicanos.

No segundo álbum, o sucesso seria ainda maior com o mega hit radiofônico “O Mapa da Mina”, a banda ficou então entre as mais tocadas do país. O álbum ainda conta com a colaboração de Arnaldo Antunes e Black Alien, além de ter sido produzido por Carlos Eduardo Miranda, folclórico produtor que trabalhou com as principais bandas de rock dos anos 90. Além do sucesso, havia ainda o outro single “O Passo do Azuilson” e a belíssima “Mal do Mundo”, que revela um lado mais adulto como compositor de Alf, o vocalista e principal letrista.

Em 2003, um ano após encerrar o contrato com a Trama e passar por diversas mudanças, a banda persistiu como um trio formado por Alf, Beto e Leandro (bateria) e gravou seu melhor álbum. Em “Trio Elétrico” a banda mantém a pegada ska dos primeiros álbuns, mas com a soma de elementos eletrônicos às melodias, o que abre um leque ainda maior nas melodias do grupo. O álbum é bom de ponta a ponta, com destaque para “Freio de Mão”, “Deskanso em Movimento”, “Mó Valor” e “Querendo”.

A banda na tenda Brasil do Rock in Rio 3
Em 2005, devido à falta de apoio das gravadoras (o que ainda era um tremendo empecilho na época), o Rumbora resolveu encerrar suas atividades, tendo seus membros participado de diversos projetos. Alf tocou com os Raimundos e fez parte do Supergalo e do Câmbio Negro, além de estar lançando um álbum de inéditas ainda esse ano; Bacalhau tocou com diversos artista e hoje é membro fixo do Ultraje a Rigor; Beto seguiu para o ramo do marketing digital e Biu seguiu com diversos projetos.

Todas décadas possuem artistas e bandas que ficam em uma espécie de segundo ou terceiro escalão no mainstream, não necessariamente pelo talento, mas por uma série de fatores, como carisma e espaço na mídia. O Rumbora foi um desses casos, pois apesar de ter obtido sucesso comercial não conseguiu se manter no topo e, numa época em que as gravadoras dominavam completamente o mercado fonográfico, ser independente era quase impossível já que nossa economia nem sonhava em ser estável como é hoje.

Descobri o Rumbora uns três anos atrás por pura curiosidade após ver um especial na Mtv que citava que eles haviam feito um Lual Mtv, porém como sabia que só bandas conhecidas da época participavam do programa, como Raimundos e Charlie Brown Jr., estranhei por não conhece-los. Fui atrás e não me arrependi, baixei todos os discos, que remetem à diversão e um lado bom da vida, longe de todo stress e negatividade.

Se você acha que ska bom é só o jamaicano, pesquise um pouco sobre o Rumbora e não irá se arrepender.



David Oaski





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