sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

CAI ÁGUA, CAI BARRACO



Esse é o título de uma música da banda carioca Biquini Cavadão, lançada há 23 anos, em 1991, e possui o seguinte trecho:

“Cai água, cai barraco / Desenterra todo mundo / Cai água, cai montanha e enterra quem morreu / É sempre assim todo verão / O tempo fecha, inunda tudo / É sempre assim todo verão / Um dia acaba o mundo todo...”
Ano após ano, a história se repete
A letra vai além, é uma crítica social, à polícia e ao sistema de uma forma geral, mas esse trecho em questão ainda soa bastante atual. São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Vale do Ribeira, só muda o lugar, no verão as manchetes são as mesmas: enchentes alagam cidades que declaram estado de calamidade, pessoas morrem soterradas, barrancos caem nas estradas e por aí vai.
O mais absurdo é que parece que esse tipo de noticiário virou rotina, já que todo ano a história se repete. Fico pensando quando uma boa alma finalmente vai sentar, juntar uma equipe de especialistas e estudar soluções para resolver esses problemas. Afinal, a chuva vai vir de qualquer maneira e da forma que temos tratados nosso ecossistema só deve piorar no decorrer dos anos.

Biquini Cavadão
O que me causa mais revolta e até certo asco é ver os valores gastos com projetos e obras para a Copa do Mundo, realmente é de sentir vergonha de fazer parte dessa espécie que se diz sapiens. É impossível não imaginar que com essas quantias estratosféricas não seria possível ao menos minimizar os danos das enchentes.

Um país que já não oferece segurança, educação e saúde não pode mais ficar se gabando com essa fantasia de 6ª economia do mundo, isso é pra gringo ver, cada vez mais as mazelas da sociedade vão ganhando luz, vide o bizarro “rolezinho” e as tragédias nos presídios no Maranhão.

Afinal, o que é prioridade? Fazer uma Copa do Mundo linda e ficar bem visto lá fora, ou resolver os problemas que assolam nossa população a décadas?

Como diz outro trecho de música do Biquini: “Aqui embaixo as leis são diferentes”.



David Oaski

Um comentário:

  1. Na realidade, o trecho que seria a "população" falando na realidade, é uma representação de como os bandidos na favela pensam, "empurra a velha pega a bolsa e sai batido, e sobe o morro sobe o pau, sobe diabo" "a gente temo que correr, manda fogo na policia pra esses caras aprender". A musica na realidade mostra que a realidade dentro de periferias é uma coisa difícil já que moradores da região sofre com a realidade da sua moradia e mais os criminosos que habitam a região.

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